ESTREIA

Homem-Aranha: Longe de casa estreia nas telas do cinema

Descontração, vínculos com a franquia Vingadores e um protagonista carismático fazem de Homem-Aranha: Longe de casa uma boa diversão

(Foto: Reprodução/Marvel/Sony)

Os pêsames dos efeitos de luto e desgraças transcorridas em Vingadores: Ultimato ficam de fora, no decorrer de Homem-Aranha: Longe de casa. Na aventura, dada a marca do humor, não existe espaço para chororô. Em compensação, o espectador pode ficar preparado para experimentar os efeitos visuais criados por nove empresas de ponta, numa produção que consumiu US$ 160 milhões. Muita aventura vai prevalecer, passado o recurso divertido adotado pelo diretor Jon Watts de optar por graça e um fundo musical que incorpora até mesmo Whitney Houston à fita. Longe de casa impõe uma ruptura no tom de tragédia acomodado ao final de Ultimato. Terra, fogo, ar e água pairam com ameaças no enredo do filme que, em parte, investe em breves conceitos de física quântica.

A partir do universo criado por Stan Lee e Steve Ditko, os roteiristas dão margem à criatividade, larga, por sinal, quando se trata da mente de Chris McKenna (lembrado por Jumanji: Bem-vindo à selva) e Erik Sommers (de Homem-Formiga e a Vespa). O novo longa encontra um rapaz do Queens (Nova York), aos 16 anos, tentando se libertar de traumas vividos recentemente. Por cinco anos, Peter Parker ficou apagado, como que dormente, esperando a hora de voltar do impacto causado pelo estalar de dedos do vilão Thanos. Nesse cenário, como reforçou o diretor Jon Watts, em material distribuído à imprensa internacional, há quem não se importe com descanso: “O Nick Fury (ex-chefe da S.H.I.E.L.D.) não dá a mínima para o fato de Peter querer espairecer a mente”.

Uma excursão, em âmbito escolar — com colegas animados e professores zelosos — está no caminho de Peter Parker, mais conhecido, desde sempre, como Homem-Aranha. Ameaça global, “escala e riscos maiores” (como sublinhado pelo intérprete do protagonista, o ator Tom Holland) estarão no caminho do herói. Praga, Veneza, Berlim e Londres são pontos turísticos sob a mira de Elementais, agigantados seres que ameaçam a humanidade. Mesmo citados na trama, Capitão América e Homem de Ferro são inoperantes. Mochileiro, o moço e aracnídeo herói é requisitado para assumir enormes responsabilidades.

Eis que, no filme, desponta o desconhecido Quentin Beck, papel reservado a Jake Gyllenhaal (O segredo de Brokeback Mountain). Numa visão geral, ele (o “senhor Beck”, como é designado por Homem-Aranha) tende à contenção dos Elementais. “Beck entende a resistência de Peter em entrar na briga”, observou Jake, que tem reconhecimentos na carreira como a indicação ao Globo de Ouro de ator, pelo filme O abutre (2014). Visto como um amigo, o homem, que, não demora, ganha o título de Mysterio, traz as dores de uma família dizimada numa Terra alternativa à dos mortais.

Muita descontração

Traje diferente: o herói, por momentos, fica conhecido por outro nome, nos noticiários

Com a capacidade sensitiva conhecida como “o arrepio do Peter”, a todo momento destacada por personagens da facção boa da trama (leia-se a Tia May interpretada por Marisa Tomei e Happy, papel reservado ao cineasta e ator Jon Favreau), o protagonista contará com fortes aparatos tecnológicos para debelar numerosos drones e derrubar sistemas de inteligência. Nos pontos mais descontraídos, Peter Parker seguirá apaixonado por Mary Jane (Zendaya, de O rei do show) e acompanhado pelo gordinho e inseparável amigo Ned (Jacob Batalon, nascido no Havaí, e um dos nomes de Todo dia).

Dinâmico, o filme se apoia no carisma de Tom Holland (o garoto talentoso de O impossível, agora, crescido) e nas inseguranças inerentes à idade do herói adolescente que não pode beber drinques alcoólicos por “não ter 21 anos” e que fica hesitante do visual, ao adotar um par de óculos novos. De férias pela Europa, Parker faria questão de dispensar, na ingenuidade, o uniforme de heróis, de dentro da mala.

Mas, diferentemente dos colegas de sala que enfrentarão atrações como interminável sessão de ópera com quatro horas de duração, Parker dará margem a ser chamado de “tadinho” pelo vilão do filme. Enquanto os colegas de sala, com mortes iminentes, partem para discursos de arrependimento pelas horas desperdiçadas com “vídeos bobos” de internet e com os intermináveis jogos videogames, Parker segue para a ação, sempre supervisionada pelo vigilante Nick Furry e pela eficiente e séria Maria Hill (Cobie Smulders, de Um porto seguro).

Outras estreias

Boas intenções

De Gilles Legrand. Professora compromissada com viés humanitário provê um imprevisível curso de alfabetização para alunos estrangeiros.

Cézanne e eu

De Danièle Thompson. Intrigas e uma forte amizade povoam a convivência entre Paul Cézanne e Émile Zola.

Um homem fiel

De Louis Garrel. Amigos são separados pela morte, mas a relação ecoa no futuro: cirandas amorosas e inesperados desfechos dão a tônica.

Filme

Renda (em milhões de dólares)

Homem-Aranha: De volta ao lar (2017) 880

O espetacular Homem-Aranha 2: A ameaça de Electro (2014) 709

O espetacular Homem-Aranha (2012) 758

Homem-Aranha 3 (2007) 891

Homem-Aranha 2 (2004) 783

Homem-Aranha (2002) 822

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