SÃO JOÃO 2019

A resistência do batalhão do Boi de Guimarães no Casa d’Arte

A apresentação faz parte do projeto No caminho do farol e das comemorações dos cinco anos do espaço, e acontecerá nesta quinta-feira (27) às 20h, durante a temporada de brincadeiras, na capital.

Reprodução

Nascido no Quilombo de Damásio, o Bumba Boi de Guimarães, é um dos grandes expoentes do sotaque de zabumba e há mais de 40 anos uma referência na cultura do Maranhão.  Pelo segundo ano consecutivo, o Bumba-meu-boi de Guimarães se apresentará no Casa d’Arte Centro de Cultura. A apresentação, que faz parte do projeto No caminho do farol e das comemorações dos cinco anos do espaço, acontecerá no próximo dia 27 de junho às 20h, durante a temporada de brincadeiras, na capital.

No ano passado, a apresentação do Boi de Guimarães, no Casa d’Arte reuniu diversos vimarenses (nome que é dado a pessoa nascida na cidade de Guimarães), com a finalidade de fortalecer a brincadeira, que teve poucos convites para brincar na capital, e que através de uma campanha colaborativa conseguiu arrecadar fundos para a permanência do grupo, na ilha.

A brincadeira que conta hoje com 116 membros associados, brincantes oriundos dos Quilombos de Damásio, Cumum, povoados do Cumã, Santa Luzia, Vura, Puca, entre outros da zona rural do município de Guimarães, Baixada ocidental do Maranhão, distante 660 quilômetros da capital. São lavradores, pescadores e boieiros que participam da brincadeira por fé e devoção, mantendo uma tradição cuja ancestralidade, de origem negro-africana é a marca da identidade deste segmento da população brasileira.

Idealizado pelo saudoso Marcelino Azevedo, que foi reconhecido pelo Ministério da Cultura através do Prêmio Mestres da Cultura Popular herdou a tradição dos bumba-bois de zabumba registrando a brincadeira que praticavam há séculos, através das gerações, no ano de 1971. Desde o ano de 1974 o Bumba-Boi de Guimarães, já como “Associação Folclórica e Cultural Vimarense” viaja sistematicamente à capital, São Luís, durante os festejos juninos, para suas apresentações nos arraias locais.

Vale lembrar que o boi de zabumba tem suas origens no município de Guimarães, na baixada maranhense. Zambumbas, maracas, tambores de fogo e tambores de fogo dão a sonoridade ao ritmo forte. Tocado com zabumbas rústicas (feitas a mão, de madeira retirada do mangue em data certa, com lua apropriada), arrochadas na corda. Os pandeiritos são feitos de jenipapo e cobertos com couro. As roupas possuem uma riqueza de detalhes bordados em miçangas e canutilhos. Este Boi, em especial, apresenta um modo único de tocar e afinar os instrumentos.

Fortemente estigmatizados (quer pela ancestralidade, quer por processos vinculados ao sistema de políticas culturais atuais) os Bois de zabumba praticamente desapareceram do cenário maranhense. Percorrer as trilhas desta manifestação cultural/musical é trilhar caminhos históricos de perseguição, hibridismo, dinamismo, relacionados à identidade brasileira como um todo e a formação musical local.

No ano de 1994, o mestre Basílio Durans criou o Festival Bumba Meu Boi de Zabumba que acontece, desde então, todos os anos em São Luís (MA). A proposta é resgatar as raízes do sotaque Zabumba, que esteve em declínio nos últimos anos e quase foi extinto.

SERVIÇO

O quê? Boi de Guimarães  “No caminho do farol”

Quando? Quinta-feira (27), a partir das 19h

Onde? Casa d´Arte Centro de Cultura. Rua do Farol do Araçagy, nº 09 – Raposa / MA  (Rua em frente à clínica Ruy Palhano).

Quanto? Entrada franca – (contribuição voluntária com o que quiser ou puder).

Informações: www.casadarte.art.br

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