CINEMA

Cinebiografia de Elton John chega às telas do mundo

Filme é lançado às vésperas da anunciada aposentadoria dos palcos, em 2021, com a reta final da turnê Farewell yellow brick road, encabeçada por Elton John.

Reprodução

Num comparativo de opiniões extremadas, o novo longa-metragem Rocketman que cerca a biografia do astro pop Elton John, pode agradar muito, ou nem tanto. Na crítica da revista Rolling Stone, assinada por Peter Travers, o filme, que chega aos cinemas hoje, tem seu sucesso atribuído à “inventividade da imersão do ator protagonista (Taron Egerton)”, em oposição “ao choque proposto pelo conteúdo do filme”. Às vésperas da anunciada aposentadoria dos palcos, em 2021, com a reta final da turnê Farewell yellow brick road, encabeçada por Elton, que, entre 1995 e 2017 esteve no Brasil por cinco vezes, Rocketman soa como despedida relativa da imagem do cantor e compositor nascido no condado de Middlesex, cidade de Pinner (Reino Unido), em 1947. A tela, porém, é enchida pela imagem de um artista radiante, dos primeiros passos à experiência de ser catapultado para a fama.

Mesmo com a derradeira turnê prevista para passar pela América do Sul, em março 2020, o astro de 72 anos, externou a pretensão de se manter “criativo até a morte” atribuindo o futuro recolhimento aos maiores cuidados com os filhos Zachary e Elijah, assumidos com o marido, o diretor canadense David Furnish. “Minha vida sempre foi meio irreal”, teria dito ele ao companheiro (e um dos produtores do arrojado longa), na centelha do projeto, há mais de uma década, em meio às inúmeras apresentações do show Red Piano.

Com a divulgação da primeira imagem da cinebiografia em setembro do ano passado, Rocketman é uma realidade que chega aos cinemas pelas mãos do diretor Dexter Fletcher, a ser lembrado, pelo resto da vida, como o cineasta que completou o filme “sobre Freddie Mercury”, para Bryan Singer, destituído do comando de Bohemian rhapsody, produção prestigiada na temporada de prêmios e detentora de bilheteria superior a US$ 900 milhões.

No material de divulgação de Rocketman, Fletcher ressalta o comprometimento atual com uma “viagem desenfreada de imaginação, celebração e drama”. Com recente exibição no Festival de Cannes, o filme teria enchido de orgulho o biografado, pela “honestidade” dos “altos e baixos”, como dito pelo próprio Elton John — algo suspeito, no caso, por assinar a produção executiva do longa. Elton, vale dizer, inseriu no filme, ao lado do protagonista vivido por Taron Egerton, a inédita canção (I´m gonna) Love me again.

O filme — que teve roteiro criado por Lee Hall (que assinou, para Steven Spielberg, o enredo de Cavalo de guerra, e ainda redesenhou a trama de Victoria e Abdul: O confidente da rainha) — tem sido muito elogiado dada a falta de censura na jornada do pianista outrora tímido Reginald Dwight, que, sob a persona Elton John, viria alcançar o número de 300 milhões de álbuns vendidos.

Família e fama

A composição do “sex symbol gay”, como enfatizado em texto da Variety, não agradou, no bojo, ao crítico da publicação, tocado pela representação dos embates “com família e fama”, mas incomodado por excessos da mera perpetuação de lenda pop. Os “momentos massivos” não passaram sem desmerecimento do filme, em muito apoiado nos assumidos vícios de Elton John, condicionado ao “ultrajante guarda-roupas”, aos “óculos extravagantes” e a festividade das onipresentes “lantejoulas”.

Em Rocketman, Jamie Bell interpreta Bernie Taupin, parceiro musical tão fundamental quanto o compositor e maestro James Newton Howard. Aos 29 anos, o reconhecido ator de Kingsman Taron Egerton — que, agora, no novo filme, repete a dobradinha artística com o mesmo diretor de Voando alto (2015) — caminha para a consagração completa, tendo cantado, sem maiores artifícios de sonorização (ao contrário de Bohemian rhapsody), músicas como Rocket man, Your song, Don´t go breaking my heart e Crocodile rock, todas dispostas na trilha sonora.

Tendo despontado para a carreira em 1962, bem antes da frequente itinerância de escala mundial (particularmente acentuada, nos anos de 1970 e de 1980), Elton John, um astro de longa colaboração no cinema, pela participação em trilhas de filmes como O Rei Leão e Billy Elliot, tem a mãe Sheila Farebrother interpretada na tela por Bryce Dallas Howard (Manderlay).

Mesmo embalado ainda por fantasia e imaginação, o filme Rocketman, entretanto, traz abordagem bastante realista, ao investir na figura do empresário John Reid (personagem de Richard Madden, o Robb Stark de Game of Thrones), que foi ainda o primeiro amor de Elton, com qual compartilhou mais de 50 anos de amizade.

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