Cultura maranhense de luto: Morre a radialista Helena Leite
A radialista passou mal no inicio da noite desta sexta-feira (29), foi levada às pressas para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), no Vinhais, teve um infarto e veio a óbito na madrugada deste sábado (30)
A cultura popular do Maranhão amanheceu de luto. Faleceu a radialista Helena Leite. A comunicadora que tinha 67 anos estava se submetendo semanalmente, a sessões de hemodiálise, passou mal no inicio da noite desta sexta-feira (29), foi levada às pressas para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), no Vinhais, teve um infarto e veio a óbito na madrugada deste sábado (30). O corpo da radialista e folclorista será velado no Parque Folclórico da Vila Palmeira.
A radialista que era apaixonada pela cultura do estado, em especial as festas de São João e Carnaval ficou conhecida também por ser polêmica em seus posicionamentos com relação à política cultural dos órgãos responsáveis pela fomentação do segmento. Helena Leite também era presidente de uma das brincadeiras mais tracionais do São João maranhense, o Bumba-Boi da Pindoba, sotaque de Matraca.
Desde 1966 no rádio, Helena Helena Leire trabalhou por anos comentando o Carnaval de Passarela em São Luís, além de acompanhar o cotidiano da cidade fazendo a mediação entre a população e o poder público. O falecimento da radialista repercutiu nas redes sociais onde amigos, familiares e pessoas ligadas ao meio cultural manifestaram o seu pesar. A morte de Helena Leite foi confirmada nas redes sociais pelo filho Ronner Leite. “Meus amigos, infelizmente tenho que comunicar que Deus levou minha mãe Helena Leite para junto dele. Vá em paz minha Rainha”, disse. “Confesso prara todos que nunca me preparei pra isso, a vida ela é tão traiçoeira como passar por isso, como entender isso. Minha querida mãe, sei que a senhora sempre foi o nosso alicerce, a senhora sempre estava ali pronta pra ajudar, pra estender a mão eu não tenho como lhe agradecer por tudo que me ensinou, só tenho que passar isso pro meu filho pra que ele saiba quem foi a vó dele. Hoje não é uma parte de mim que se vai, mas é uma parte sua que a partir de agora mais do que nunca vai estar presente, brilhando, que será lembrada todos os dias e pulsando comigo. Mãe Maria Helena Leite. Descanse em paz”, escreveu Ramilson Leite.
O jornalista Marco Duailibe também escreveu sobre a perda da radialista. “Deus sabe o quanto fiquei feliz quando a vi naquele camarote mais uma vez vencendo todos os limites para fazer o que mais amava: lutar pela nossa cultura. Jamais imaginei que seria o nosso último encontro. Mas pude lhe dizer ainda mais uma vez o quanto era importante para o nosso Maranhão. Hoje sua voz se calou, o tambor-onça chora, as matracas emudeceram, os pandeirões silenciaram as toadas e o somos um só batalhão entristecido com sua despedida. Vá em paz, Helena Leite, filha amada de Iansã! Que Olorum te receba em um grande arraial, junto com Coxinho, Humberto de Maracanã e Chiador”, disse Marco Duailibe.
Já o jornalista Djalma Rodrigues lembrou que Helena Leite iniciou suas atividades como secretária, na Rádio Educadora, na década de 1970. Lá mesmo começou sua carreira, como repórter esportiva. Foi a primeira mulher a fazer cobertura de jornadas esportivas, como repórter de campo, no Nhozinho Santos. Passou uma temporada no Rio de Janeiro e quando retornou se vinculou à cultura popular maranhense. “Era voz poderosa e muito conhecida em defesa da cultura. Comandava equipes de cobertura dos carnavais de passarela e abre uma lacuna muito grande nessa área”, escreveu Djalma Rodrigues.