DESABAFO

Mestre Amaral lamenta interdição do centro de cultura

Mestre Amaral, Uma das maiores referências do tambor de crioula do Maranhão, contou a O Imparcial, a sua situação, após a interdição do seu centro de cultura pela Defesa Civil que corre o risco de desabar, por conta das fortes chuvas que estão caindo em São Luís.

Reprodução

Uma das referências do tambor de crioula do Maranhão, Mestre Amaral ainda não sabe onde vai executar suas apresentações culturais, oficinas de dança e de construção de instrumentos, com a interdição desde o último domingo (25), do centro de cultura que leva o seu nome. Parte da parede do antigo prédio da Junta Comercial que fica ao lado do centro cultural desabou por conta das fortes chuvas.

O imóvel localizado na Praça Pedro II esquina com a Rua Montanha Russa, no Centro Histórico, foi ocupado por ele há 10 anos, além do perigo de desmoronamento, também é alvo de uma reintegração de posse,  movida pelo governo do estado, proprietário do espaço.

Durante toda a tarde desta quarta-feira (27), diversos veículos de imprensa, equipes do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão, da Policia Militar, representantes da Secretaria de Estado da Cultura, Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Participação Popular (SEDIHPOP), e de órgãos ligados à justiça, estiveram no local para acompanhar a desocupação, que até o fechamento desta edição ainda não havia sido concretizada.

Segundo Mestre Amaral, ele e sua família foram abrigados na Casa do Bairro, equipamento da Prefeitura de São Luís, localizado na Rua da Palma, no bairro do Desterro. “Eu estou dormindo na casa de amigos. Não fiquei lá porque só têm moradores de rua e ex-usuários de drogas. Não é desmerecendo quem mora lá, mas eu percebi que não é um local para mim. Tenho família, filhos pequenos, e um trabalho que desenvolvo há muito tempo, e que está parado. Eu tenho que trabalhar. Não estou me opondo a sair daqui. Mas eu preciso de um local para trabalhar. O centro cultural é que me sustenta, pois é nele também que eu faço meus eventos”, disse Mestre Amaral.

Ocupando o espaço que tem uma das vistas mais bonitas da cidade, Mestre Amaral, ressaltou que o centro de cultura criado por ele, foi reconhecido como Ponto de Cultura, pelo Ministério da Cultura (MinC) em 2015, e pelo governo do estado e pelo município. Sem advogado para lhe orientar como proceder nesta situação, Mestre Amaral, munido de documentos e registros de suas atividades procurou ajuda na Defensoria Pública do Estado do Maranhão.  “Eu não tenho advogado. Falei para eles sobre a minha situação e agendaram para o dia 28 de abril. Mas eu tenho urgência. Eles não podem me jogar em qualquer lugar e guardar as minhas coisas em um galpão. Eu preciso de um espaço para desenvolver minhas atividades. Eu tenho um trabalho reconhecido dentro e fora do país. As coisas não podem acontecer dessa forma sem me dar uma certeza”, ressaltou o produtor cultural.

Mestre Amaral reunirá com Diego Galdino

Em entrevista a O Imparcial, Airton Ferreira, o superintendente de Promoção e Educação em Direitos Humanos, da Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Participação Popular, informou que a retirada de Mestre Amaral do local, ocorreu para preservar a integridade física dele, de sua família e das pessoas que frequentam o centro de cultura. “A nossa intenção, é também preservar todo o patrimônio do centro cultural, pois o prédio ao lado corre o risco de desabar. O local já foi até interditado pela Defesa Civil. O secretário de cultura Diego Galdino, já se comprometeu vai se reunir com Mestre Amaral nesta sexta-feira agora para encontrar uma solução e uma alternativa para a sua situação. O aluguel social que ele vai receber é para que ele saia da zona de risco. E posteriormente o espeço que ele está reivindicado será conversado com o secretário. Nesse primeiro momento estamos preocupados é com o patrimônio do centro cultural que é uma referência”, informou Airton Ferreira.

 

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