Capa do álbum ‘Contra a Parede de Vento’. (Foto: Pedro Bezerra)

As músicas de Lucas caminham na linha tênue entre o eletrônico dançante e o vivo e orgânico. “É como eu tocaria na vida real, com erros, perdendo o tempo às vezes… Como qualquer coisa que tem vida, que não possui um tempo perfeito”. Abraçar esse aspecto natural, explica o músico, é “assumir que existe um ser vivo atrás do microfone”.

As letras mostram que atividades aparentemente simples do cotidiano ludovicense podem ter grande profundidade na imaginação de alguém introspectivo, como mostram as faixas Tarde no Fliperama, Paz Acidental e Cohatrac – São Francisco. Esta última reúne reflexões sobre as discrepâncias de São Luís, pensadas pelo cantor durante o trajeto do ônibus.

O impacto entre sombrio e sensível “reflete uma luta interna contra a ansiedade e a depressão”. Fazer música, explica o artista, é também uma tentativa de racionalizar emoções e escapar das crises – e o álbum relata a progressão nesta batalha. Como repete Lucas no refrão de Corto Maltese, uma das faixas que fecha o álbum, em tom tenro de quem avista a paz: “eu faço ‘zum!’ e nada me atinge mais”.

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