Tragédia: e se o incêndio fosse em um dos museus de São Luís?
O comandante dos bombeiros afirma que anualmente são realizadas vistorias nessas edificações, para renovação das licenças
Na noite de domingo, 02, o país viu 200 anos de sua história virar cinzas durante incêndio que atingiu o Museu Nacional, no Rio de Janeiro. A maior parte do acervo, de cerca de 20 milhões de itens, foi totalmente destruída. Diante do prejuízo, de valor incalculável, não só material, mas principalmente imaterial, levanta-se a questão de como está a preservação da história do Maranhão.
São Luís, por exemplo, tem seu centro histórico tombado pelo Iphan desde 1974. E é lá também onde estão os principais museus do estado, abrigados em grandes casarões coloniais. Os acervos são variados, indo desde os religiosos, históricos, artísticas, naturais, chegando ao ritmo musical tão amado pelos maranhenses.
Suas ruas estreitas e guardadas como patrimônio não favorecem que as viaturas do Corpo de Bombeiros cheguem a muitos desses locais, em caso de incêndio, por exemplo. É por isso que, de acordo com o comandante do CBMMA, coronel Célio Roberto Araújo, que a prevenção não pode falhar.
“Como os museus são instalados normalmente em prédios antigos, com restrições de reforma, isso impossibilita a instalações de determinados equipamentos de segurança, que ofereceriam respostas imediatas em casos de necessidade, então precisamos trabalhar com a prevenção”, pontua.
O comandante dos bombeiros afirma que anualmente são realizadas vistorias nessas edificações, para renovação das licenças. “Entre as recomendações fundamentais que nós damos é o de ter um brigadista. Ele é o profissional treinado que vai ter habilidade para conter princípios de incêndios e, principalmente, de evitar que eles aconteçam”, continua coronel Célio, que acrescenta ainda que as recomendações só fazem sentido se os proprietários ou administradores dos museus realmente as atenderem. Ter rotinas de vistorias é importante para manter a integridade física dos imóveis e, consequentemente, dos acervos.
Entre as dificuldades enfrentadas pelos bombeiros no caso do Museu Nacional está a falta de água nos hidrantes próximos ao prédio. Problema que, segundo Corpo de Bombeiros não se repetiria no centro histórico. “Essa seria a única opção de conter chamas nesses pontos em que as viaturas não conseguiriam chegar. Então nós fazemos vistorias também nesses reservatórios de água”, garante o comandante.
(Atualização às 17:24 – 03/09): Em nota, a Secretária de Estado de Cultura e Turismo explica nos últimos 3 anos e 8 meses já foram realizadas reformas completas nas Casas de Cultura Josué Montello, Convento das Mercês, Anexo da Escola de Música Lilah Lisboa de Araújo, Centro de Artes Cênicas do Maranhão, Teatro Alcione Nazaré, Concha Acústica da Lagoa da Jansen, Teatro Arthur Azevedo e Museu de Artes Visuais.
Quanto à manutenção, a Secretaria comunica que outras obras de manutenção e ampliação dos equipamentos culturais maranhenses então em andamento, como as reformas da Casa de Nhozinho e da Morada das Artes e o restauro do antigo prédio da RFFSA, que abrigará um Centro de Cultura. É importante destacar que, todos os museus e Casas de Cultura fecham às segundas-feiras para limpeza e manutenção dos acervos, e levantamento de possíveis itens que necessitem de reparos. A Superintendência de Patrimônio Cultural também faz vistorias anuais nas Casas de Cultura para levantamento das necessidades.