Phill Veras fala sobre disco “Alma”, seu sumiço, OVNIs e turnês
Depois de quatro anos sem se apresentar para os fãs maranhenses, o cantor ludovicense conversa com O Imparcial sobre o álbum recentemente lançado e suas inspirações
Por onde andará Phill Veras? Em meados de 2012, o cantor ludovicense ganhou fama na ilha por suas músicas suaves e românticas, desde o seu primeiro EP, Valsa e Vapor. Lançou mais dois álbuns nos dois anos seguintes, Gaveta e Carpete, e depois partiu para São Paulo, permanecendo longe da vista dos fãs maranhenses.
O que parecia ser um hiato na verdade era um longo momento de autoconhecimento, preparação para o álbum seguinte. Quatro anos depois, em 2018, Phill reaparece com seu novo álbum, Alma, que carrega uma proposta totalmente diferente dos anteriores. O Imparcial conversou com o cantor, que nos falou sobre seu longo sumiço e a reviravolta de suas canções. Confira a entrevista:
Por que o nome “Alma”?
O disco é um reflexo da minha espiritualidade, que levo como algo natural da vida, não uma fantasia. Acho que talvez a espiritualidade seja mais natural do que a vida que a gente vive – é nossa essência. Mais profundamente, o assunto fala bastante sobre sintonia e frequências, diferença das dimensões e tudo mais. É complexo, é curioso. É massa. Enxergo esses assuntos de forma curiosa, como todo mundo, mas tento tirar proveito sempre. As músicas falam sobre autoconhecimento, autodescoberta, certezas, incertezas, amor próprio, amor incondicional… Tenho falado também sobre intuição. É algo poderoso que a gente tem, é mágico. Não eram temas comuns pros meus discos antes do meu interesse por espiritualidade.
O que fez você se interessar por espiritualidade?
Em 2014, esbarrei no assunto dos OVNIs. Li o livro “O que os extraterrestres pensam e esperam de nós?”, de Domingos Yezzi, um médium daqui de São Paulo que diz que faz contato com extraterrestres desde sempre. É uma espécie de catálogo da vida espiritual com muitos detalhes. Na época, fiquei fissurado por espiritualidade de um modo geral. Fiz regressão espiritual em São Luís e é fantástico. Também bebi Ayahuasca, em um ritual universalista também na ilha. Existe um ritual, uma preparação, faz parte da receita. Isso não se usa na doida, numa festa de apartamento. É uma energia absurda. Já a regressão me encanta de uma forma diferente, porque não precisa usar nada. É através de hipnose, a gente acessa nossos registros espirituais sem comer ou beber qualquer coisa. É incrível.
E você acha que alienígenas existem?
É claro que existem!
De bandas e músicos, o que você tem escutado ultimamente?
Tenho ouvido Beach house, connan mockasin, tops, timmies, wings… muita coisa. De brasileira, eu escuto mais coisa velha, como doces bárbaros.
Como foi o processo de criação do disco novo?
É a primeira vez que eu assino a produção de um disco meu desde que comecei a estudar sozinho essas questões de estúdio. Tô conseguindo me expressar melhor. A pré-produção durou dois anos aqui em São Paulo, na minha casa, com a banda nova, formação diferente. O único que permanece desde o começo é o Dreg, da guitarra. Partimos pro estúdio depois de 4 anos, fomos a São Luís, onde passamos um mês gravando o disco, depois voltamos para São Paulo para cuidar da pós-produção e mixagem. Já tenho pensado bastante em como vai ser o próximo disco, até porque esse de agora serviu como um estudo.
Então você já tem planos para próximo projeto?
Tenho muita coisa gravada, guardada, e se eu fosse pensar em montar um disco agora, já dava. Mas aí também não posso sair atropelando as coisas. Acabei de gravar esse disco, tenho que focar na turnê, viajar por aí para levar a públicos diferentes. Fazendo shows de voz e violão, já consegui viajar quase o Brasil todo, mas ainda não fiz com a banda porque a logística é diferente. Mas, agora, as coisas já estão evoluindo, ficando menos difíceis. Com certeza ainda vou fazer várias turnês de voz e violão, porque isso me ajudou bastante na minha segurança e na minha postura de palco. Foi uma escola muito legal para mim.
Com essa turnê, você pretende passar por São Luís?
Eu espero por isso há um tempo, ainda mais com o disco novo. Não lembro quando foi a última vez que toquei aí – acho que em 2016. Agora já dá para voltar com um show novo e novas músicas. Com certeza vai rolar, logo, logo.