O vaqueiro que não mentia

De acordo com o teatrólogo Tácito Borralho, a história de Catirina e Pai Francisco faz parte de um folguedo europeu que chegou há séculos no Brasil. “O vaqueiro que não mentia” é um conto vindo da Península-Ibérica, que tem um enredo que os amantes do Bumba-meu-boi já são familiarizados.

Na história, um rico fazendeiro possui um boi de grande estima, o Boi Barroso. O responsável por cuidar do bicho é o vaqueiro de maior confiança da fazenda, “o vaqueiro que não mentia”. Com inveja, um fazendeiro vizinho aposta com o dono de Barroso que o vaqueiro trairá sua confiança.

O fazendeiro invejoso manda a filha seduzir o trabalhador, e pedir para que ele mate o boi como prova de amor – e assim ele o faz. Ao ser chamado pelo dono da fazenda, o vaqueiro não mente, mas entoa uma cantiga ressentida, pedindo perdão.

Perdendo a aposta, o vizinho paga o que deve e é expulso da fazenda. A filha casa-se com o vaqueiro, que é perdoado pelo patrão e, pela sinceridade, ganha o valor da aposta, comemorando com dias e noites de festa.