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Projeto possibilita intercâmbio entre artistas e alunos de escolas estaduais

Aprovado no edital da Fapema 2017 (Com Ciência Cultural), o projeto está aproximando o aluno da arte, o artista do estudante, tudo dentro do ambiente escolar por meio de oficinas

Foto: Reprodução

“Mergulhando as palavras em experiências vividas, resgatando a memória, entrelaçando a racionalidade e a subjetividade individual no coletivo”. As palavras do filósofo Walter Benjamin traduzem um pouco do projeto Cantos em Contos ou Meu Lugar é uma Ilha, desenvolvido no Centro de Ensino Maria do Socorro Almeida (São Cristóvão).

Aprovado no edital da Fapema 2017 (Com Ciência Cultural), o projeto está aproximando o aluno da arte, o artista do estudante, tudo dentro do ambiente escolar por meio de oficinas de literatura, música, ilustração, ministrados por profissionais renomados de vários segmentos da cultura maranhense, a exemplo do escritor Wilson Marques (Literatura), da atriz Renata Figueiredo (Contação de Histórias), do músico Francisco (Chico) Pinheiro (Música), do desenhista e ilustrador Beto Nicácio (Ilustração e Confecção de Livro).

O projeto envolve literatura, música, ilustração e a produção de um livro que vai ser elaborado pelos alunos (o artesanal feito durante a oficina e um impresso na gráfica) e será desenvolvido através de encontros de leitura e pesquisas, ações culturais e oficinas de arte, e, entre outros objetivos, promove o intercâmbio entre escola e artista para fortalecer o papel da arte como conhecimento dentro da escola.

“Esse projeto abraça a ideia de implementação de uma educação estética nas escolas que considere a arte como elemento fundamental de conhecimento e indispensável nos processos de aquisição do saber, na construção e na reconstrução estética, política e ética dos jovens”, afirma Cláudia Matos, mestra em artes, coordenadora do projeto.

Cerca de 35 anos alunos participam do projeto, que, de acordo com o cronograma das oficinas, ocorrerá em abril. Esses alunos foram selecionados dentre os que se destacaram no ano letivo de 2017. As atividades do projeto reiniciam hoje, 1, com Oficina de Literatura, ministrada por Wilson Marques, e Contação de História, com Renata Figueiredo. As oficinas visam oferecer oportunidade de expressão e conhecimento por meio da literatura, da pesquisa etnográfica, da experiência da arte de ouvir e contar histórias. O resultado será um livro que será apresentado à escola em junho. Os alunos participarão de todo o processo de feitura do livro e, ao mesmo, tempo serão multiplicadores, nas salas de aula, de todo o aprendizado obtido durante o projeto.

Universo literário

Para as oficinas serão utilizadas várias fontes de informação, mas as primeiras leituras serão dos livros produzidos pelo escritor Wilson Marques dentro destas temáticas O Tambor de Mestre Zizinho, Criações: mitos tenetehara, A menina Inhame, Arte e manhas do Jabuti, A lenda do rei Sebastião e o touro encantado. Estes livros, além de aproximar os alunos de um universo de histórias que estão distantes de suas leituras e informações habituais, apresentarão variados gêneros literários a serem trabalhados nas oficinas e depois fortalecidos no ambiente escola, pois um dos objetivos do projeto é formar leitores e multiplicadores do prazer de ler, criar e contar histórias através dos livros e das imagens.

“Esse projeto é importante por compartilhar e discutir com os jovens várias questões em torno do livro. Desde a sua produção intelectual, ou seja, o processo de escrita, como também a transformação disso em produto palpável, que é o livro propriamente dito. Mais interessante ainda é que esses jovens serão estimulados não só a ler como também escrever, produzindo eles mesmos textos que serão publicados durante o processo. É na verdade um projeto de sensibilização, voltado para jovens que no geral têm pouco contato com livro e leitura. É um esforço no sentido de contribuir para mudar essa realidade”, opina Wilson Marques.

Para Cláudia Matos, fortalecer o exercício de criar é o ponto principal. “As oficinas vão capacitá-los para desenvolver todos os processos que envolvem a confecção do livro, desde a criação da história, ilustração até chegar ao produto final. Então, criar histórias, pesquisar, ler, depois, em outro momento, socializar essas histórias com os outros alunos, reforça a importância dessas oficinas que estão sendo disponibilizadas”, aponta a coordenadora.

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