CULTURA

Beto Ehongue comanda show neste sábado no Créole Bar

Para o show Beto Ehongue traz uma textura sonora diferente para o palco combinando ritmos movidos pelo arsenal pacífico e eletrônico do músico paraense Dub Black com sons tradicionais recolhidos dos terreiros afrorreligiosos, além das vertentes do rap e do bumba meu boi

Foto:Reprodução

Apenas o céu tem sido o limite para o cantor e compositor Beto Ehongue, que, apesar de ser um multi-instrumentista, tem se dedicado a desvendar os “mistérios” do seu teclado, customizando seu instrumento e som para além dos timbres-padrão dos arranjadores, dos caríssimos módulos ou dos complicadíssimos sintetizadores desde que descobriu as funções do Midi (Musical instruments digital interface – Interface digital para instrumentos musicais), que conectam o teclado ao computador pessoal oferecendo recursos que vão desde gravação de músicas, edição de partituras, até remodelação total dos timbres.

O resultado deste mergulho de descobertas sonoras poderá ser visto pela primeira vez hoje no As Armas Midi do Século XXI, que é o nome do show que Beto Ehongue faz acompanhado dos músicos Dub Black (bateria/groovebox) e Carlo (guitarra), a partir das 22h, no Creole Bar, na Lagoa da Jansen. O evento conta ainda com participações dos músicos Hilton Quintanilha, ex-vocalista da Banda Kazamata, o cearense Lucas Ló e a discotecagem de Pedro Sobrinho.

Em entrevista a O Imparcial, Beto Ehongue afirmou que o uso do Midi como ferramenta para exploração de novas possibilidades sonoras facilitou muito a vida não só dele como músico instrumentista, mas como a de outros compositores que estão sem dinheiro para realizar grandes produções. “Com um simples teclado Midi, você consegue ampliar essas texturas sonoras. Se a pessoa quiser, pode até gravar um disco com todos os instrumentos de uma banda usando guitarra, baixo, bateria e outros sem perder a qualidade, pois é uma ferramenta que faz tudo, basta escolher o som que você quer emitir. A presença de um músico no palco é fundamental, mas este é um recurso para quem não tem condição”, explicou o músico.

Para o show As Armas Midi do Século XXI, Beto Ehongue traz uma textura sonora diferente para o palco combinando ritmos movidos pelo arsenal pacífico e eletrônico do músico paraense Dub Black com sons tradicionais recolhidos dos terreiros afrorreligiosos, além das vertentes do rap e do bumba meu boi. Entre as músicas do EP homônimo ao novo trabalho, destaque para Maria de Jesus, que recebeu repaginada com produção de Dub Black, e Inna Boreal, sendo que as demais são todas novas composições. “A gente já estava com o show e o EP, que tem cinco músicas, todo montado, mas precisava de um nome, quando eu descobri uma banda chamada Ásia Foudation, que tem uma sonoridade muito boa, e ao ler o release sobre o trabalho deles, vi uma frase com as palavras “As Armas Midi do Século XXI” , e vi que este seria o nome que estava buscando, pois casava com o sentido e a proposta deste novo trabalho. Este EP é a preparação do lançamento do CD que está em fase de mixagem e masterização que será lançado no mês de julho”, acrescentou Beto Ehongue.

Participações especiais

No show de amostragem do EP As Armas Midi do Século XXI, Beto Ehongue será acompanhado pelo músico paraense Dub Black que, no mês de maio, deverá participar de um pocket show com suas armas midi e sua escaleta vai resgatar clássicos dos antigos filmes de faroeste numa roupagem dub reggae, com destaque para Sabata, personagem do diretor Gianfrancesco Paroline dos anos 1970.

Quem também participa da noite é o músico maranhense Hilton Quintanilha. Cantor e compositor, Hilton iniciou na música aos 16 anos tendo como primeiro instrumento o violão, investindo desde então nas aulas de canto e técnica vocal. Nascido em São Luís e formado em Educação Física, ele cresceu ouvindo MPB, reggae, rock, rap nacional e soul music, influenciado pelos pais, que tinham como hábito e mantêm até hoje o prazer em ouvir música e compartilhar com a família e os amigos. Em 2005, Hilton assumiu o vocal da banda Kazamata e, atualmente, integra a banda Villa Verde.

Outra participação no show de Beto Ehongue vem do Ceará. Trata-se do cantor e compositor Lucas Ló. Ele começou a tocar nos forrós pé de serra e nas rodas de samba na cidade de Ipueiras, onde se criou. Aos 16, mudou-se para Sobral, onde começou a tocar em barzinhos pela cidade. Depois de três anos na Princesa do Norte, mudou-se para Jericoacoara. Vindo a conhecer o reggae e quem o fazia. Mora em São Luís desde fevereiro de 2017. Além de tocar na noite, está produzindo dois EPs com várias parcerias. Um EP solo com músicas autorais e de amigos, e outro da banda de reggae Upaon Attack, formada por ele e amigos de São Luís. E no aquecimento da plateia tem o DJ Pedro Sobrinho, trazendo um setlist cheio de coco dub, ciranda, afrobeat, brazilian sound, etc e tal.

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