Tutuca Viana lança CD com canções inéditas nesta quinta
Para esse trabalho, Tutuca contou com parcerias musicais importantes do início da carreira, há quase 30 anos. Além de estar de volta, ele homenageia Reinaldo Barros
Nove composições ganharam vida e arranjos modernos. Nove músicas que tinham sido criadas e deixadas ali, em uma fita cassete, dentro de um toca-fitas. Em um momento desses de arrumação de casa, eis que a esposa do cantor e compositor Tutuca, Renata Rodrigues, resolve ouvir o que havia. E lá estavam composições feitas em uma época distante. A fita virou CD. O Avessa Manhã. Agora, alegria e ansiedade estão no sorriso, nas palavras e na expressão do artista que vai lançar o seu trabalho nessa quinta-feira, 1, às 21h, no Teatro Arthur Azevedo, com participações especialíssimas de Zé Renato (do grupo Boca Livre), Tássia Campos e Nema Antunes (da banda do Ivan Lins).
Esse é o primeiro trabalho “grande”, como ele mesmo diz, depois de 10 anos do último disco, o CD e DVD Melodias. Avessa Manhã conta com nove faixas, que estão disponíveis nas principais plataformas digitais, como Spotify, Deezer, Google Play, entre outras. Entre os destaques, além da faixa-título, estão: Broto, Segredo, O Caos de Cada Dia, Meu Grande Amor e Que Prazer – esta última abre o álbum e conta com a parceria do cantor capixaba Zé Renato.
Para esse trabalho, Tutuca contou com parcerias musicais importantes do início da carreira, há quase 30 anos. Além de estar de volta, quase dez anos que se tornou produtor (Tutuca Viana é um dos idealizadores e organizadores do Lençóis Jazz & Blues Festival – Barreirinhas/ São Luís/Ribamar), nesse disco, ele homenageia Reinaldo Barros (in memoriam), parceiro de Tutuca Viana em muitas composições, inclusive, Beijo de Luz, grande sucesso de sua carreira, e Avessa Manhã, que dá nome ao disco.
“Reinaldo Barros fez a letra ainda de Morada de Trem. Avessa Manhã, a música que dá nome ao disco, ficou em terceiro lugar no Festival Tribos, com interpretação de J. Nogueira. Então, foi um parceiro que infelizmente se foi, mas que dedico o disco todo a ele e ao que ele representou para mim”, conta Tutuca.
No último trabalho que fez, Melodias, Tutuca inseriu reggae, salsa, baladas, bumba meu boi e tambor de crioula, entre outros ritmos. Em Avessa Manhã, que chega perto dos 30 anos de carreira, Tutuca mostra impressões de um início de carreira, com belas melodias e letras que desenharam a trajetória dele. Mais sobre o show, o CD e a carreira, ele conta no Panto a Ponto (acima).
Ponto a Ponto com Tutuca Viana
As composições
“Para mim, eu já tinha perdido esses registros, não lembrava mais. Foram músicas de quando comecei a compor, nos anos 1980. Essas lembranças iam se perder no tempo. Então, partimos para registrar. Quando escutei, fiquei muito a fim. Tem música que eu defendi em festival, como Índio Guri (de Zezé da Flauta e Cláudio Valente). O Cláudio trabalhava na Funai e escreveu um livro contando a história do índio guri. Foi uma das primeiras músicas que defendi em festival, mas não lembro o nome, só sei que foi antes do Festival Viva”.
Parceria
“Peguei essas músicas, tinha umas novas, como Que Prazer, que gravei com Zé Renato, uma música atual, e resolvi encaixar porque tem muito a ver com o disco. Naquela época, a gente era muito pop, escutava muito rock, Clube da Esquina… Também tinha a nossa musica de raiz, mas queríamos fazer o diferente, algo mais alternativo. Eu mostrei a música para ele, já era amigo dele, ele adorou e pintou a vontade de gravar junto e ficou muito legal”.
A carreira
“São quase 30 anos de carreira, desde 1989, quando fiz meu primeiro disco. Estamos vendo como fazer pra dar continuidade a esse trabalho, mas eu sei que é uma coisa muito complicada. Estou querendo muito levar esse trabalho para outros lugares. Então, depois da estreia vamos ver como as coisas vão acontecer. Eu espero que as pessoas compareçam”.
Arranjos
“Essas músicas marcaram a vida da gente. A verdade é essa. Daí, trouxe para os dias atuais, com novos arranjos, uma roupagem nova e o resultado ficou muito bom. O Israel Dantas foi quem dirigiu o disco, os arranjos. Está me dando muito prazer. Gosto muito do disco”.
O show
“Está muito bacana. O Zé Renato vai cantar comigo a música que gravamos e também vai cantar só. E a Tássia canta comigo Nada como o tempo, uma música inédita minha, que é um samba meio bossa nova, e vai cantar algumas do repertório dela também. Vou cantar músicas como, Morada de Trem, Beijo de Luz (gravada pelo saudoso Papete), Canoa Quebrada, dentre outras, que não posso deixar de tocar, pois fazem parte da minha carreira. O show está sendo preparado com muito carinho. Está muito bonito. E eu estava há muito tempo sem tocar assim em um palco grande como o Arthur Azevedo”.
A volta aos palcos
“Eu estou adorando porque eu virei produtor, não é? Tem 10 anos que só contrato os outros. Claro que quando você é artista, tem o vírus…, e é muito legal estar no palco, fazendo a sua verdade. E essa é a minha verdade. E tenho a preocupação em fazer um show legal, até pela minha própria experiência de saber como se produz. Chegar junto com esse pessoal que trabalha com profissionalismo, seriedade, me dá muito mais chão, tranquilidade, porque você sabe com quem está trabalhando”.