Oficina de Origamis será ministrada no Centro Ozaka
Origami é uma palavra japonesa composta do verbo dobrar (折り=ori) e do substantivo papel (紙=kami), que significa, literalmente, “dobrar papel”
Quando crianças, fazemos brincadeiras com papel, dobraduras que se transformam em imagens, objetos, algo que pode ser bem tímido, mas que estimula a criatividade. Só que tem gente por aí que é expert e o que para muitos é brincadeira, para outros, é arte. E é para compartilhar experiências e ideias que será oferecida ao público em geral gratuitamente a oficina Tarde com Origamis, nesta quinta, 1, às 14h, no Centro Ozaka (Recanto do Turu).
Origami é uma palavra japonesa composta do verbo dobrar (折り=ori) e do substantivo papel (紙=kami), que significa, literalmente, “dobrar papel”. Oficinas são realizadas para ensinar o participante a aplicar a técnica de dobradura de papel para estimular a habilidade de elaborar e alcançar um objetivo a partir do exercício de origami. Serve para mostrar também que as inteligências do ser humano podem ser estimuladas a partir dessa atividade tradicional japonesa.
A origamista Noemi (ela não quis dizer o sobrenome), do Centro Ozaka, diz que é a primeira vez que essa oficina está sendo oferecida gratuitamente e que será uma troca de aprendizado. “Ao mesmo tempo em que queremos divulgar a arte da dobradura, que é pouco conhecida, vamos trocar mais experiência. Será um encontro descontraído para trocar ideias, informações”, diz a instrutora.
No Centro de Cultura Oriental Ozaka, um espaço comunitário que reúne praticantes do estilo de vida naturalista influenciados por vertentes do taoismo e as tradições da cultura japonesa, esses encontros semanais já vêm sendo feitos há 2 anos pelos origamistas, para melhorar a arte e praticá-la como autoqualificação para o desenvolvimento pessoal deles.
Nesse encontro qualquer pessoa pode participar, todos os que se interessam ou têm curiosidade por dobraduras. Depois da abertura do evento, haverá a prática e, no encerramento, uma apresentação de taikô kodo, outra arte japonesa. Também haverá um lance compartilhado que o participante pode contribuir com algo.
“Vai ser uma tarde para aprendermos, ensinarmos e trocarmos papéis, dobraduras e experiências. Nós vamos fornecer todo o material e o que for produzido lá pode ser levado pelo participante, mas também pode ficar para o acervo da nossa miniexposição”, diz Noemi.
O origami, como qualquer arte japonesa, traz múltiplas habilidades para a pessoa, além de ajudar na memória, no desenvolvimento imagético (uma vez que trabalha com forma), a coordenação motora, a percepção das formas, entre outros benefícios.
Diálogo entre artista e papel
Para se fazer o origami, tradicionalmente, começa-se com um papel cortado em forma de um quadrado perfeito. A inspiração dos origamistas (as pessoas que se dedicam à arte do origami) está, principalmente, nos elementos da natureza e nos objetos do dia a dia. Para o origamista, o ato de dobrar o papel representa a transformação da vida e ele tem a consciência de que esse pedaço, um dia, foi a semente de uma planta que germinou, cresceu e se transformou numa árvore. E que, depois, o homem transformou a planta em folhas de papel, cortando-as em quadrados, dobrando-as em várias formas geométricas, representando animais, plantas ou outros objetos.
Onde os outros viam apenas uma folha quadrada, o origamista pode ver a origem de todas as formas se transbordando. Tradicionalmente, nada é cortado, colado ou desenhado. Para o mestre origamista Akira Yoshisawa, o origami é um diálogo entre o artista e o papel (Prieto, 2008).
De passatempo à arte
Arte milenar japonesa nascida há quase mil anos na Corte Imperial, o origami era conhecido como um passatempo divertido e interessante. Com o passar do tempo, esta arte foi transmitida ao povo e transformou-se em uma arte conhecida no mundo todo. A princípio, a arte era praticada apenas por adultos, pois o papel era muitíssimo caro naquela época. Com o passar do tempo, a arte do origami passou a ser ensinada nas escolas japonesas. Hoje em dia, o origami faz parte da vida dos japoneses, desde crianças até idosos, e atravessou as fronteiras do arquipélago japonês.