Despedida

Feira do Livro encerra hoje; ainda dá tempo de visitar

O maior feira literária maranhense colocou em debate assuntos relacionados a questões de gênero e identidade racial

Reprodução

A 11ª edição da Feira do Livro de São Luís (FeliS) termina hoje (19) com o foco na diversidade de temáticas sociais. Além dos tradicionais exemplares à venda nos estandes, quem visita o evento participa de debates e palestras sobre homofobia, racismo e feminicídio, temas atuais em nossa sociedade e também retratados na música e no teatro.

O maior evento literário do Maranhão tem sido desenvolvido com o objetivo de valorizar a tradição literária e cultural da capital maranhense. A ideia é propiciar mais acesso ao livro, estimulando a formação de novos leitores e incentivo às cadeias produtivas em torno de mais títulos.

Quem visitar a feira até hoje, das 10h às 22h, na Praia Grande, poderá prestigiar as apresentações e intervenções artísticas no Pé de Livro e no Anfiteatro Beto Bittencourt. O Cine Praia Grande, além de ter uma programação de exibição de curtas infantis, abriga, também, a partir das 16h, o espaço Casa do Escritor Maranhense, onde vêm acontecendo os lançamentos de livros.

Em uma das rodas de debates, o antropólogo e professor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Carlos Benedito Rodrigues da Silva, ressaltou o processo de disseminação do reggae na cultura maranhense. “Estamos discutindo a respeito do reggae e a construção da identidade maranhense, o que é forte no nosso estado. A cultura não é apenas um retrato do passado, a cultura é um processo de troca, dinâmico. Precisamos estar sempre colocando o tema em debate social”, comentou.

No Centro de Criatividade Odylo Costa, filho, o hall de entrada está sendo ocupado pela Exposição ‘Maria Firmina dos Reis, uma maranhense’, homenagem prestada à primeira romancista brasileira. Neste ano completam-se cem anos de sua morte. A escritora ganhou notoriedade pela ousadia, originalidade e pioneirismo no cenário literário nacional, destacando-se como contista, folclorista, poetisa, abolicionista, compositora e primeira romancista brasileira.

LANÇAMENTOS NACIONAIS

Os visitantes também estão tendo a oportunidade de conhecer 40 novas obras literárias maranhenses e mais 16 obras nacionais, que estão sendo lançadas ao longo do evento. Para Daniele Gonçalves, de 16 anos, estudante do 2º ano, a variedade de títulos tem contribuído para que ela aumente a coleção de exemplares. “Eu venho aqui e geralmente consigo encontrar livros de temáticas variáveis, o que às vezes é difícil de encontrar em uma livraria só”, relata. A programação reuniu mais de 100 atividades artísticas, 50 palestras e mesas redondas, mais de 20 oficinas, sete debates literários com escritores, pesquisadores e poetas maranhenses, 14 escritores nacionais e outras ações paralelas de intervenções, exposições, vendas de livros e artigos literários.

A representante da Comissão de Organização da Feira do Livro de São Luís, Aline Nascimento, diz que a edição “está sendo plural porque a gente traz, pela primeira vez, para a roda de discussões da feira temas que discutem a questão de gênero, de massa, reggae, do cordel, sobre as políticas públicas de leitura, fora a tradicional comercialização de livros”. “É interessante pontuar principalmente as discussões, a programação que está muito rica culturalmente. Neste ano, estamos contando com um público imenso, que deve superar as expectativas de outras edições”, avalia Aline Nascimento.

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