Adesão do Maranhão à Independência

44 anos do MHAM: conheça a história do museu

O Imparcial fez uma visita guiada ao Museu Histórico e Artístico do Maranhão (MHAM) que completa 44 anos nesta sexta-feira (28); Convidamos você a viajar no tempo com a gente

Reprodução

Dia 28 de Julho é o dia da Adesão do Maranhão à Independência do Brasil. Mas também é o dia em que o Museu Histórico e Artístico do Maranhão (MHAM) completa 44 anos. Uma residência antiga, grande e de luxuoso conforto, foi fundada no ano de 1836 por Ignácio José Gomes de Souza, um fazendeiro da região do Vale do Itapecuru, pai do intelectual maranhense Souzinha.

Abrigou importantes famílias de aristocratas maranhenses, entre os séculos 19 e 20, até se tornar uma casa de visitação pública, cuja abriga a reconstituição dos ambientes ocupados por seus antigos moradores. Um deles foi Colares Moreira, senador do Brasil durante a República Velha, e vice-governador do Maranhão durante o governo de Manuel Lopes da Cunha, nos anos de 1902 a 1904.

O último morador foi José Francisco Jorge, um dos maiores empresários maranhenses do ramo têxtil, o qual vendeu o solar para o governo do estado do Maranhão no ano de 1968.

De residência à Museu

Idealizado pelo jornalista e escritor Josué Montello, o museu foi inaugurado em 28 de julho de 1973. A casa localizada na Rua do Sol, logradouro muito cobiçado antigamente, foi vista por ele como um local que pudesse abrigar uma representação da história do Maranhão, que na época não possuía nenhum museu.

Inspirado pelo Museu Histórico Nacional, do Rio de Janeiro, Josué Montello buscou trechos da literatura maranhense, em obras como O Mulato, de Aluísio Azevedo e Tambores de São Luís, onde são descritas a organização e a disposição dos ambientes de casas do século 19.

A partir de então inicia-se uma jornada para manter e preservar o bom estado do acervo do museu que conta com: mobiliário colonial em madeira de lei, louças monogramadas de porcelana e cristal, utensílios de cozinha pertencentes às famílias moradoras, adereços da indumentária da época, instrumentos musicais, aparelhos manuais de costura e bordado, utensílios de uso masculino, como tinteiro, canetas, óculos pince-nez, entre outros.

A coordenadora do setor de museologia do MHAM, Concita Ribeiro, conta como os funcionários dão conta dos cuidados com as peças. “A casa é bem servida de janelas, mas temos que mantê-las fechadas, pois o clima de São Luís hoje é muito instável, o vento excessivo e a salinidade podem prejudicar a conservação dos móveis”. Algumas peças do mobiliário da casa já possuem mais de 200 anos e precisam de uma atenção especial para continuarem preservados.

A divisão da casa

Entre os ambientes que foram reconstituídos na casa estão: uma sala de estar; uma sala de música, muito usada para realizar pequenos saraus; um amplo quarto de casal; um quarto feminino, com acessórios de maquiagem e cabelo; um quarto masculino, menor e sem cama, já que o jovem passava muito tempo viajando.

A varanda da casa, como era conhecida a sala de jantar dos solares, é rodeada de janelas, e a disposição da mesa de jantar permitia ao proprietário ter uma visão privilegiada de todos os ambientes, inclusive da entrada e da área de serviço.

A cozinha é equipada com itens de porcelana e artigos de barro, mesclando a luxuosidade europeia com a manufatura indígena. Além disso há uma sala de atividades manuais e um escritório.

Na parte externa, encontra-se o jardim da casa, com um chafariz e bustos da praça do Pantheon, que foram transferidos para evitar depredação. Anexo ao museu, encontra-se o sobrado do Barão de Grajaú, onde se encontram as obras do Museu de Artes Visuais, que passa por reforma.

Obras importantes

Uma das peças mais requintadas do Museu é uma suntuosa estante doada à cidade de São Luís pelo ex-presidente da Argentina, Júlio Roca, no ano de 1902. Seu exterior conta com o desenho em relevo da Praça Gonçalves Dias e da Praça Buenos Aires, representando as duas cidades, São Luís e Buenos Aires, respectivamente. A estante é de madeira de lei com o interior revestido em carpete vermelho. Outros itens importantes do Museu são os manuscritos originais dos livros O Mulato, de Aluísio Azevedo, e Malazarte, de Graça Aranha.

Concita Ribeiro, explica que ao longo desses 44 anos, o museu vem adquirindo seu acervo através de contrato de comodato, que é a responsabilidade sobre algo que pertence a outrem. “O Museu tem várias formas de aquisição de acervo, e uma delas é através do comodato que temos com o Museu Nacional de Belas Artes, a Arquidiocese do Maranhão e com a Prefeitura de São Luís”.

Do Museu Nacional de Belas Artes, uma das obras mais relevantes é o quadro da atriz luso brasileira Carmen Santos, que estampa uma parede da sala principal do museu.

A museóloga convida a todos a visitar o MHAM, que também é um local aberto a difusão cultural, com atividades que fortalecem a identidade maranhense, sejam com projeções de filmes, exposições de curta duração, apresentações culturais, espetáculos teatrais, palestras e debates. “É importante a sociedade ludovicense valorizar e visitar o museu, para conhecer um pouco da história e dos costumes que caracterizam nosso estado”.

O Museu Histórico e Artístico do Maranhão está aberto à visitação de terça à sexta das 9h às 17h30, sábado de 9h às 16h e domingo de 9h às 14h. A taxa de entrada é no valor de R$ 5,00, pago no local.

Vamos fazer um tour?

O Imparcial fez um passeio pelo Museu Histórico e Artístico do Maranhão, mostrando algumas das peças. Com a condução da museóloga Concita Ribeiro, convidamos você a adentrar esse universo que conta um pouco dos costumes e da história do Maranhão. Assista!

 

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