O ‘Cacuriá do Candinho’ tem apenas três anos de existência, mas, nos últimos dias, tem sido um dos grupos folclóricos mais comentados na internet. Isso porque surgiu, no Facebook, um vídeo em que alguns brincantes dançam de forma quase pornográfica. O vídeo foi gravado no dia 22 de junho por um espectador que acompanhava a brincadeira no arraial do Cohatrac, em São Luís – a repercussão veio dois dias depois, com a publicação no Facebook.  Até o momento da publicação desta matéria, o vídeo já acumula mais de 200 mil visualizações, quase dois mil compartilhamentos e centenas de comentários – quase todos criticando de forma dura a ‘coreografia’ (veja o vídeo aqui). Na tarde desta terça-feira (27), a reportagem de O Imparcial conversou com Candinho, o responsável pelo cacuriá.

Segundo Candinho, o que é visto no vídeo não é uma coreografia do grupo. “Como o vídeo mostra, são poucos dançarinos fazendo aquilo. A coreografia não é aquela. Cacuriá a gente sabe que é rebolado, sensualidade, malemolência. O que aconteceu foi que alguns dos jovens que fazem parte do grupo se empolgaram com a plateia e fizeram aquela coisa”, afirmou.

Cacuriá do Candinho em apresentação no São João 2017

Candinho, que além de dono também é cantor do grupo, ressaltou que só tomou conhecimento do ocorrido após a repercussão do vídeo na internet. “Do palco fica difícil ver tudo o que os dançarinos fazem. Fui ver pela internet, depois que deu toda essa repercussão, e foi uma surpresa muito grande para mim”, disse. “Logo após eu tomar conhecimento do vídeo, fizemos uma reunião com todos que compõem o grupo e decidimos tirar a música em questão do nosso show. Dois casais que aparecem no vídeo também resolveram dar um tempo, por constrangimento”.

‘Perdão Dona Teté’

Candinho também afirmou que algumas pessoas começaram a acompanhar as apresentações do cacuriá esperando ver a tal ‘coreografia’ de novo. “Isso aconteceu. Mas repito: aquela não era uma coreografia da nossa brincadeira. Pedimos perdão a todo o público dos arraiais do Maranhão, pedimos desculpas também aos grupos folclóricos, principalmente aos cacuriás, e em especial o Cacuriá de Dona Teté. Eu sei que se ela fosse viva ficaria muito decepcionada. Quero deixar claro que jamais foi nossa intenção passar essa visão do cacuriá”.

O responsável pela brincadeira também desmentiu os rumores de que o cacuriá perdeu apresentações em arraiais após o ocorrido. “Não teve isso. Nós continuamos nos apresentando, de forma respeitosa, e fomos muito bem recebidos em todos os arraiais por que passamos, graças a Deus”, esclareceu.

Voto de confiança

Depois de toda a repercussão negativa, Candinho pede desculpas e um voto de confiança ao público maranhense. Ele ressaltou que o Cacuriá do Candinho, que é do município de Paço do Lumiar, na Região Metropolitana de São Luís, recebe bastante incentivo da comunidade por exercer um serviço social. “Nós somos de uma comunidade onde o índice de criminalidade é alto, há o tráfico de drogas. E nós trazemos os jovens para a nossa brincadeira, tiramos desse meio. Então o que eu peço é um voto de confiança. Nós sabemos que o que aconteceu foi errado e queremos uma chance de provar que o Cacuriá do Candinho honra e enriquece a nossa cultura popular”, finalizou.