Um passeio pela história

O belo e o macabro do Cemitério do Gavião

Fundado após uma epidemia de varíola que abateu parte da população de São Luís, o Cemitério do Gavião segue os molde europeu de cemitérios próximos a igrejas

Reprodução

Inaugurado em 1855, o Cemitério do Gavião tem esse nome por sua localização na antiga Quinta do Gavião. Desde sua inauguração, o cemitério já teve diversos nomes: Cemitério de São José da Irmandade (quando era administrado pela Irmandade da Misericórdia, uma organização católica), Cemitério de São Pantaleão (Nome oficial de registro) e, por fim, Cemitério do Gavião.

Fundado após uma epidemia de varíola que abateu parte da população de São Luís, o Cemitério do Gavião segue os molde europeu de cemitérios próximos a igrejas, o que facilitava o cortejo do enterro.

Localizado no bairro da Madre Deus, conhecido como o bairro mais boêmio da cidade, o Cemitério do Gavião não tornou-se um corpo estranho na região. Em uma mistura entre o belo e o macabro, o Gavião já foi palco de muitos sepultamentos inusitados. “Nós já tivemos enterros que foram festas com bumba-boi, blocos de carnaval. Se a vida foi vivida intensamente, não há por que sofrer. Só lembrar dos bons momentos”, explicou Maria Helena Estrela, administradora do cemitério.

Entre as pessoas ilustres enterradas no no Gavião, estão: o Barão de Grajaú, o ex-governador Benedito Leite, o escritor Aluísio de Azevedo, o carnavalesco Joãosinho Trinta e o poeta Nauro Machado.

Das 16 seções que compõem a extensão do cemitério, chama a atenção o conjunto arquitetônico artístico de esculturas de estilo neoclássico e os desenhos que moldam os jazidos. Contudo, assim como a cidade, há um contraste: o cemitério possui túmulos que ostentam riqueza e outros que carecem de muitos reparos. A assimetria com que as sepulturas são distribuídas no terreno é outra característica curiosa. “Ele foi ocupado de forma indevida, não houve um sequenciamento de sepulturas. As pessoas são orientadas a cuidar dos túmulos dos seus familiares falecidos, porém, nem sempre seguem o conselho”, finalizou Maria Estrela.

 

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