18 vezes campeã

Favela do Samba, a soberana no carnaval

Com 18 títulos a escola Favela do Samba é a grande campeão do carnaval maranhense

Reprodução

Sagrada 18 vezes campeã, a Favela do Samba, escola do bairro Sacavém, é a soberana em títulos do desfile oficial do carnaval maranhense. Foi contando a história e fazendo uma homenagem aos duzentos anos do Teatro Arthur Azevedo no samba-enredo União… São Luís… Artur Azevedo… Um templo do povo… O templo do carnaval!, que a escola pontuou 239,7, ficando 5 décimos acima do segundo lugar e repetindo o feito do ano passado, conquistando o título em uma disputa acirrada. Com mais esse troféu, o 18º, ela é a Escola que mais venceu em competições oficiais.

A proposição do tema foi do produtor Éden Soares Junior, com texto e desenvolvimento do carnavalesco Pedro Padilha e a composição de Luzian Filho e Josias Silva, que, pela quarta vez, apresentaram sua composição na escola.

A agremiação entrou na passarela do Anel Viário no domingo de Carnaval com dois mil componentes, cinco carros alegóricos, 60 baianas, 120 ritmistas na Bateria Carcará, 16 alas e 3 casais de mestre-sala e porta-bandeira.

Passada a euforia do título é hora de comemorar, mas também de arregaçar as mangas e já começar os trabalhos visando o título para 2019. Já no próximo domingo deverá ser escolhido o tema do carnaval para o desfile do ano que vem.

Entrevistamos o presidente da Escola, João Moraes, que falou a respeito do desfile, do carnaval como um todo, do questionamento na apuração das notas e sobre o trabalho que a Escola tem feito para se tornar a melhor do carnaval. João Moraes tem 33 anos e há três está como presidente da Escola. Este é o segundo título sob o seu comando.

Confira a entrevista!

O Imparcial – Qual a avaliação que você faz do carnaval?

João Moraes – Olha, na verdade, fazendo uma avaliação geral, eu queria agradecer a todas as escolas, porque as dificuldades financeiras foram muito grandes para todo mundo. Os recursos foram repassados pelo poder público tardiamente, o que fez com que as produções de todas as escolas fossem feitas de forma muito acelerada, mas, mesmo assim, a gente conseguiu realizar um grande desfile. A Favela, obviamente, se antecipa a isso e busca fazer na medida do possível o adiantamento dos seus trabalhos, por isso a gente conseguiu fazer um grandioso espetáculo que foi percebido no domingo de carnaval e que a consequência foi mais um título para a Favela do Samba.

São 18 títulos. A que você atribui essa soberania?

É a Escola que mais tem títulos no Maranhão. Acredito muito na organização. A Favela trabalha com planejamento, organização e uma qualidade de desfile que possibilita que os jurados façam sempre uma análise diferenciada das outras escolas.

A gente trabalha e aposta de forma planejada, onde podemos usar a nossa coreografia, abusar da coreografia, abusar nas fantasias, na alegoria e no adereço, porque a gente tem um trabalho ao longo dos anos de reciclagem, em que se aproveita muito material usado em outros carnavais. E assim de forma sustentável a gente consegue dar um crescimento muito maior pra escola.

Novamente na apuração foram feitos vários questionamentos quanto ao resultado do desfile. Por que você acha que isso ainda ocorre?

A única nota que não pode ser questionada é do jurado. Nós não temos interferência nenhuma nisso, eles são habilitados via seletivo, via edital feito pela Prefeitura. É submetido a todas as escolas antecipadamente os nomes dos jurados, onde a gente tem a possibilidade inclusive, de vetar nomes que possam ter alguma suspeição para a função. Todo esse processo foi feito juntamente com a

Liesma (Liga das Escolas de Samba do Maranhão) e a participação de todas as escolas, então a percepção dos jurados é importante sim, e o questionamento dos resultados sempre vai haver porque sempre vai existir apenas um campeão e é natural que quem não tenha tido melhor êxito nas notas do júri, questione.

Agora a gente tem que questionar com fatos e argumentos. Acho que nenhum dos jurados que estava ali deu nota simplesmente por dar. A nota inferior a 10 deve justificada e eu acredito que todos fizeram seus apontamentos. As escolas que se sentiram prejudicadas devem pedir por meio da Liesma esses apontamentos até para saber o grau de dificuldade que tiveram e que talvez não fosse perceptível para a escola. Isso fica como feedback para que possa ser trabalhado no carnaval subsequente. A Favela mesmo tem exemplo disso. Nós fomos penalizados no quesito Evolução no ano passado e foi o que a gente mais trabalhou este ano para que tivéssemos três 10.

O desfile da Favela aconteceu do jeito que planejaram?

Obviamente que a gente não faz um desfile com a perfeição que se deseja. Algumas variantes como a chuva, o tempo, atrapalham, então tudo isso dá certa dificuldade, mas dentro do nosso planejamento tudo o que se pensou foi executado na Avenida. Da Comissão de Frente até a última alegoria, foram 5 carros, 19 alas, 3 casais de mestre sala e porta-bandeira… Então a Favela chegou com esse quantitativo fazendo um grandioso desfile.

Ano passado vocês também ganharam o título. Você considera que o desfile deste ano foi melhor do que 2016?

Acho que a fantasia foi o nosso grande diferencial nesse desfile e em relação às outras escolas para ganhar o carnaval. E eu diria que a Favela fez do ano de Saraminda (2002, a escola foi vice-campeã) para cá o seu maior desfile. Foi o maior desfile que a escola já fez até agora.

Qual a visão que vocês tiveram da percepção do público durante o desfile da Favela?

Com certeza a Favela é a Escola que mais leva público para a Avenida, isso é notório. O domingo na Passarela estava lotado, com torcida, bandeiras…, é o maior público do carnaval de São Luís.

E sobre o carnaval como um todo?

Tem que ver o que pode ser melhorado, e aí eu faço um clamor ao poder publico para que pense as agremiações antecipadamente para que a gente possa ainda em outubro já trabalhar o carnaval a exemplo do que ocorre no Rio de Janeiro e São Paulo, onde o carnaval é forte. É preciso que se possa planejar, discutir e inclusive antecipar esses recursos de forma efetiva, não deixar para executar isso na semana do carnaval, porque inviabiliza a produção, reduz a possibilidade de fazermos um desfile competitivo. O público com certeza agradeceria se tivesse essa parceria de forma mais significativa e que isso viesse de forma antecipada para que a gente possa fazer uma produção de um nível muito melhor do que a gente consegue e do que a gente já vem fazendo.

Como foi que você chegou à presidência da Escola?

Sou nascido e criado no Sacavém e estou na Favela desde que me entendo por gente, sempre participando como um integrante normal. Quando me formei advogado (ainda na gestão de Renato Dionísio) fui convidado a compor o corpo jurídico da Escola, depois participando da junta governativa, depois fui tesoureiro, e há 3 anos estou na presidência.

E quando a Favela já começa a trabalhar?

No próximo domingo tem a feijoada de comemoração e, como já é tradição, vamos anunciar o tema para o carnaval de 2019. Já temos três proposições de tema e vamos ter uma reunião para fazer avaliação e anunciar a perspectiva do que se vai levar para a avenida em 2019.

 

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