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9 novos artistas nacionais que você precisa conhecer

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Para provar que existe muita música de qualidade sendo feita no Brasil atualmente, O Imparcial garimpou alguns dos mais interessantes projetos recentes – ou futuros – do país e os reuniu nesta lista:

1.Dingo Bells (RS)

Ouça: Mistério dos 30, Dinossauros, Anéis de Saturno

Indagações contemporâneas das mais variadas são embaladas por um pop lapidado e cheio de groove no disco de estreia deste trio gaúcho, Maravilhas da Vida Moderna, lançado no último mês de abril. “Falamos sobre como vemos as pessoas levando a vida delas – e isso nos inclui. Então, [as faixas] têm muito mais um quê de reflexão mesmo”, disse o baixista Felipe Kautz. “Procuramos fazer do álbum uma ilustração do tempo em que vivemos.”

2.Ava Rocha (RJ)

Ouça: Uma, Auto das Bacantes, Você Não Vai Passar

Filha do cineasta Glauber Rocha, Ava Rocha estreia em carreira solo unindo melodia e experimentação em um disco com alma brasileira e pés no presente. O álbum Ava Patrya Yndia Yracema, que saiu em março deste ano, traz 12 canções que surpreendem pela riqueza estética e lírica, revelando sua compositora como figura ao mesmo tempo encantadora e enigmática.

3.Water Rats (PR)

Ouça: Kurt Cobain’s Ghost, Disconnection, Drop Your Drink

Banda curitibana formada em 2012, o Water Rats traz o vocalista, Alexandre Capilé, e o baterista, Renê, do Sugar Kane. Punk rock nervoso e inquieto, Ugly by Nature, primeiro disco do quarteto não deixa a desejar em relação aos lançamentos do gênero ao redor do mundo. Cantado em inglês, o álbum não tem meias palavras, com faixas sempre curtas, diretas e rápidas. Quem gosta de OFF!, Mudhoney, gritaria e barulheira – e despreza o pop punk – pode ouvir sem medo.

4.Francisco, El Hombre (SP)

Ouça: Francisco el Hombre, Brindizzinno, Nudez

Formado em Campinas, o Francisco, El Hombre lançou o EP de estreia, La Pachanga!, no começo de maio. Como o nome já adianta, a banda encontra conforto na música latina, cantando não só em espanhol, como também em português e em inglês. Abundância de sons, La Pachanga! traz coros vocais afiados e muito balanço – transformando os shows do grupo em celebrações sempre divertidas.

5.Carne Doce (GO)

Ouça: Preto Negro, Sertão Urbano, Fruta Elétrica

Formado pela união dos namorados Macloys (guitarra) e Salma Jô (voz), o Carne Doce estreou no fim de 2014 com o disco autointitulado. De Goiânia, o grupo une as raízes do Centro-Oeste com os ecos de guitarras do pós-punk, sempre de maneira orgânica. “É praticamente todo mundo goiano”, disse a vocalista em entrevista recente à RS Brasil. “A maioria de nós tem experiência de roça, fazenda. E tem também a cultura: muito conservadorismo, clientelismo.”

João Capdeville (RJ)

Ouça: Pausa, Lembra?, Da Razão

A melancolia latente dos acordes do carioca João Capdeville ganha vida com o jovem e talentoso produtor Diogo Strausz (responsável por Rainha dos Raios, de Alice Caymmi) no EP de estreia Pausa. Com vocais que remetem ao supracitado Marcelo Camelo, Capdeville cresce com a sensibilidade de suas composições ao violão de náilon, que sempre se transformam em algo grandioso e cheio de detalhes conforme se desenrolam.

Bike (SP)

Ouça: Enigma Do Dente Falso

Projeto recente do prolífico baixista do Macaco Bong, Julito Cavalcante, o Bike só lançou duas músicas até hoje – e mesmo assim já desperta atenção tanto de mídia quanto de público. O primeiro single é Enigma Do Dente Falso – com 1943 de lado B – , viagem psicodélica extremamente bem guiada, com um instrumental colorido e cheio de leveza e letras em português. No projeto, Cavalcante assume as guitarras, dando uma profundidade invejável ao instrumento. Um álbum completo do Bike deve sair em breve sob o nome de 1943.

Aloizio (DF)

Ouça: Coleção, Perfeição, Mudado

Letras expressivas e guitarras criativas são o núcleo de Esquina do Mundo, primeiro solo do brasiliense Aloizio, que saiu no último mês de abril. Com um pop rock seguro, consciente e coeso, Aloizio deve agradar aos órfãos do Los Hermanos, mas também aos fãs de indie rock com identidade nacional.

Luiza Lian (SP)

Ouça: Me Tema, Ônibus Lotado, Coroa de Flores

Vertente feminina do selo paulistano Risco, Luiza Lian faz um convite a um universo diverso e bem-humorado, que permite todo tipo de ecletismo – do brega ao rock, do samba à psicodelia – em seu álbum de estreia, autointitulado, lançado em março. Ela é acompanhada por Martim Bernardes e Guilherme D’Almeida (O Terno), Juliano Abramovay (Grand Bazaar), Tomás de Souza e Charles Tixier (ambos do Charlie & Os Marretas) na parte instrumental. Mas se destaca como letrista sarcástica e sem pudor (“charme da urgência de trepar” é um verso de Me Tema), falando do Ônibus Lotado ou do universo feminino (Coroa de Flores). Indicado aos saudosistas da Vanguarda Paulista e Itamar Assumpção, mas também aos interessados no balanço, atrevimento e malícia de Luiza Lian.
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