Confraterna de Couto, exposição multicultural, acontece na Ilha
Cerca de 20 artistas participam da Confraterna de Couto’17 com trabalhos de variados estilos artísticos em evento que reúne ainda música, poesia, literatura
Quando se começa o ano trabalhando no que gosta, é sinal de que o ano vai ser produtivo. Assim pensa o curador, compositor e artista plástico Couto Corrêa Filho, que vai comemorar o aniversário de 63 anos com um evento que envolve exposição, literatura, teatro, música, nesta quinta-feira, às 20h, no Grand São Luís Hotel (Centro). O vernissage da Mostra Multicultural Confraterna de Couto’17 é somente para convidados. E a exposição fica aberta ao público de 27 de janeiro a 27 de fevereiro.
O evento terá a participação especial da cantora e compositora Mirla Cecília e banda. Será o lançamento da cantora com um show musical do CD Destituição, trabalho autoral da artista. Suas composições transitam em torno da universalidade, incluindo o jazz, o blues, o pop, o samba, o reggae e a bossa-nova, estilos dos quais recebeu influências. A cantora compõe sobre os sentimentos e os sentidos, dando luz a metáforas e imagens poéticas. Desde criança,a Mirla entrelaçou-se com a música, apresentando-se em shows, adquirindo experiências práticas e profissionais.
“É minha filha de coração. Poeta, compositora e cantora de voz maviosa, experimentando influências que se estendem do blues ao jazz, passando pelo samba e bossa-nova, ela, com personalidade, cria e propaga belíssimo universo poético-musical”, elogia Couto Corrêa. A versão dessa mostra apresenta escultura, pintura, desenho, tapeçaria, fotografia, performance, instalação, poesia e música, possibilitando que se tenha um referencial do que se está criando em arte, no Maranhão.
“A Confraterna de Couto, exposição multicultural inaugurada em 2008, agora, retorna para atualizar a proposta de confraternização de seus participantes em torno da arte do artesanato criados no Maranhão”, avalia Couto.
Para esta exposição cerca de 20 artistas maranhenses foram selecionadas especialmente para a mostra. Obras de artistas como Ângela Ferreira, José Maria Nascimento, Renan Nascimento Moraes, Wendell Rocha, entre outros, vão ter seus trabalhos expostos.
A Mostra propõe o diálogo entre artistas profissionais e pessoas da comunidade ludovicense que criam produtos culturais, sem, contudo, possuírem pretensão profissional. Couto Correa também vai expor um objeto intitulado “De alguma criança”, um quadro de criança que foi encontrado e resignificado (Tree view).
PRIMEIRA VEZ
A Confraterna é uma mostra coletiva com a proposta de reunir os participantes em torno da arte feita no Maranhão. A primeira edição foi em 2008 e expõe uma parte do rico acervo pessoal de Couto, quantificada em 150 obras de arte.
É a primeira vez que Couto Corrêa expõe em sua própria Confraterna. O curador tem um grande acervo que começou a se consolidar a partir da segunda metade da década de oitenta, a princípio para a fruição estética do colecionador, que, mais tarde, percebeu a importância de transformá-la num referencial das artes no Maranhão.
Nela o material é bastante heterogêneo tanto na linguagem artística, quanto nas tendências estéticas, a exemplo de telas, instalações, esculturas, objetos e obras representativas de várias épocas até o contemporâneo. O público visitante poderá conferir obras como: Um dos Resultados da Luta (Márcio Marques), Luzes da Mente (Lili Silva Santos), Encontros (Ednilson Costa), Ecossistema da Cor (Renan Nascimento), entre outras.
RECONHECIMENTO
Outra novidade é a homenagem que será feita a três personalidades nesta edição da Confraterna. O dramaturgo Aldo Leite, o artista plástico e visual Fernando P. e o escritor Ferreira Gullar serão os homenageados. “São pessoas que deixaram um legado importante para a arte brasileira e que merecem que sua obra seja reconhecida”, afirma Couto.
Aldo Leite será lembrado por meio da atriz Valéria Veluz que vai falar sobre a biografia do dramaturgo. Quanto ao artista Fernando P., será homenageado por Couto Correa que vai fazer um breve comentário sobre a obra do artista por ocasião do centenário dele.
O imortal Ferreira Gullar e sua obra serão falados pelo poeta José Maria Nascimento que vai recitar um trecho do Poema Sujo (de Ferreira Gullar) e também apresentar o Requiém para Gullar de autoria de Nascimento. Após as homenagens acontecerá o show de Mirla Cecília e banda.