ARTIGO//OPINIÃO

“Só a educação salva”, por Plácido Fernandes Vieira

Artigo so jornalista Plácido Fernandes, sobre os caminhos da educação, publicado na edição impressa de O Imparcial neste Domingo.

Há uma suposta esquerda brasileira que parou no tempo. Ainda respira e tenta impor o autoritarismo de Stalin, Fidel, Che e, quem diria, curvou-se até a dialética chavista… Quando digo suposta me refiro mais à cegueira de pseudointelectuais ditos progressistas do que propriamente aos líderes partidários. Em linhas gerais, o ódio irracional que determinados companheiros cultivam contra quem discorda do projeto socialista se alinha mais com Trump do que com Obama.
Essa gente “cabeça” — e aqui não me refiro a pistoleiros de aluguel que agem a soldo nas redes sociais — é incapaz de enxergar a ação equivocada e criminosa de líderes pragmáticos até a medula. Políticos capazes de se unirem à direita mais retrógrada e volúvel para saquear sem dó nem limites os cofres públicos. Tudo em nome de uma revolução caricata, cujos modelos mais bem-acabados hoje são Cuba, Venezuela e Coreia do Norte. Essas anomalias, infelizmente, ainda prosperam, apesar de o espaço que lhes cabe, no mundo inteiro, estar cada vez mais reduzido.
Nas escolas públicas e universidades federais brasileiras, porém, a tal intelligentsia ainda impera. Não à toa, os mesmos estudantes que cultuam a ditadura cubana e norte-coreana são, também, pelo menos da boca para fora, os mais ferrenhos defensores dos direitos humanos e da liberdade de manifestação. Só que, aparentemente, defendem o óbvio — estampado na Constituição —apenas em proveito próprio. Doutrinados pela cartilha de uma nota só, sequer devem perceber a contradição. Quanto aos mestres, nunca ouvi um desses intelectuais criticarem a falta de liberdade de expressão em Cuba ou a perseguição a opositores e homossexuais no país caribenho.
A cada dia fica mais evidente que a superação das desigualdades e de preconceitos de todo o tipo só virá por meio da educação. E dentro das regras da democracia. Um ensino público de boa qualidade é a maior arma para uma revolução que pode tornar o mundo menos injusto e desigual, sem lugar para aventuras populistas à direita e à esquerda. Não adianta intelectuais formularem teorias para salvar o povo se ela não estiver à altura da compreensão do povo. Se não estiver, não terá adesão. Nunca terá. Distribuição de renda como se faz via bolsa família pode servir para matar a fome de uma parte da população e para formar curral eleitoral. Os tais 40 milhões de votos que Dirceu teria mencionado a Bicudo. Jamais para emancipar o cidadão. Acreditem: só a educação salva.
 
*Plácido Fernandes Vieira é jornalista.
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