CULTURA

Morre o teatrólogo maranhense Aldo Leite, aos 75 anos

Ele estava internado na UTI de um hospital da capital após ter passando mal em seu apartamento

O teatro brasileiro amanheceu na manhã de sábado de luto. Faleceu aos 75 anos na madrugada de ontem em São Luís o dramaturgo, diretor teatral, e ator maranhense Aldo Leite. De acordo com as primeiras informações, Aldo Leite, já vinha sofrendo complicações de saúde e estava internado na UTI de um hospital da capital, depois que ter sido encontrado desmaiado em sua residência. O motivo da morte não foi informado.
O velório ocorreu ontem na Academia Maranhense de Letras (AML), localizada na Rua da Paz, região central de São Luís. E até o fechamento desta edição o local do sepultamento ainda não havia sido informado por seus amigos e familiares.
Aldo Leite nasceu no município de Penalva, em 23 de agosto de 1941. Era graduado em Teatro pela Escola de Comunicações e Arte da Universidade de São Paulo (ECA/USP), mesma instituição onde obteve o grau de Mestre em Teatro. O teatrologo também foi professor adjunto do Departamento de Artes da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Atuou como ator e diretor em vários espetáculos, inclusive fora do país.
O teatrólogo foi fundador e diretor cênico do Grupo Mutirão, coordenador e diretor cênico do Grupo Gangorra da UFMA. Aldo Leite, era considerado uma das maiores expressões das artes cênicas do Maranhão, ao lado de outros dois grandes nomes do teatro maranhense: Reynaldo Faray e Tácito Borralho. nasceu em Penalva, distante 254 km de São Luís. Ele era ator, diretor, dramaturgo e professor da Universidade Federal do Maranhão (Ufma). Aldo leite foi também carnavalesco da Escola de Samba Turma do Quinto e atuou como ator e diretor em diversos espetáculos, inclusive fora do país.
Recentemente, em 2007, esteve em Coimbra, Portugal, a fim de participar da estreia de “Tempo de Espera” por um grupo teatral português.
Entre sua vasta produção literária destacam-se ainda, entre outras peças, “Aves de Arribação”, “O Pleito”, “O Castigo do Santo”, “A Arca de Noé”, “O Chá das Quintas” e “A Rainha da Zona”, estas últimas premiadas no Concurso Literário Cidade de São Luís – Categoria Teatro, em 1999 e 2005.
Durante a adolescência, em São Luís do Maranhão, conhece Mary e Ubiratan Teixeira, entrando para o grupo teatral do Mestre Bira e participando da montagem de “Simbita e o Dragão”. de Lúcia Benedetti, no Teatro Arthur Azevedo.
Nos anos 1960, conhece Reynaldo Faray que o convida para participar do elenco de “Branca de Neve e os Sete Anos”, então produzido pelo Clube das Mães. A partir daí participa ativamente do Grupo Tema (Teatro Experimental do Maranhão), trabalhando como ator em espetáculos infantis, infanto-juvenis e adultos.
Faz vestibular para o Curso de Jornalismo uma parceria da Secretaria de Educação do Estado e da USP, a UFMA ainda não tinha o curso na sua grade curricular. Os professores do curso vinham de São Paulo, entre eles, Miroel Silveira e Alberto Guzik, do departamento de Teatro da USP, que logo após o curso vão assistir a montagem “O Tema Conta Zumbi”, de Gianfrancesco Guarnieri, ao final da apresentação o aconselham a mudar para a Escola de Comunicação e Artes (ECA) e fazer o Curso de Bacharel em Teatro, em São Paulo.
Ainda no Curso da USP em 1975, vem a São Luís sendo convidado por Reynaldo Faray para participar do elenco de “Quem Casa, quer Casa”, de Martins Pena, e viajar pelo interior do estado apresentando o espetáculo para alunos do Mobral. Dessa experiência surge a idéia de escrever “Tempo de Espera”, a partir das pesquisas realizadas com os alunos do Mobral e da realidade social das pessoas das cidades por onde o grupo passava.
Com a conclusão do curso em São Paulo, volta para São Luís em 1977, sendo contratado pela UFMA para dirigir o Grupo Gangorra, desenvolvendo intensa atividade artístico-cultural com o grupo universitário e o Grupo Mutirão.
A última sua última obra foi Rainha da Zona, com direção de Tácito Borralho. “Hoje o palco está mais vazio. Aldo Leite o grande mestre do teatro maranhense nos deixou. Aldo você foi uma grande inspiração para mim. Obrigado por dividir o palco com você em Marat Sade e por me dar conselhos e contar suas historiasse vida quando dividimos o camarim enquanto eu fazia a sua maquiagem. Você deixou um grande legado. Na minha apresentação de hoje subirei ao palco muito mais emocionado. Que Deus o receba muito bem querido mestre. Évoe Baco!!!!!”, escreveu em sua rede social o ator e diretor teatral César Boaes, que está em cartaz com a peça Pão com Ovo.
Em 2014, o bloco tradicional Os Indomáveis levou para passarela justamente Aldo Leite como tema. A homenagem rendeu o samba ‘O indomável cavaleiro do destino ou os sete encontros do aventureiro corre-terra.
Aldo Leite ganhou reconhecido nacional e internacional ao ser premiado, na década de 1970, com o Prêmio Molière como Melhor Diretor de Teatro. Ele Iniciou suas peripécias no teatro encenando, ainda adolescente, no quintal de casa e no clube da cidade de Penalva esquetes e números musicais, tendo como atores irmãos, primos e colegas da escola. A partida de Aldo Leite deixa uma lacuna na cultura popular maranhense
Direção
1975- Tempo de Espera, de Aldo Leite (Grupo Mutirão)
1977- Em Moeda Corrente do País, de Abílio Pereira de Almeida (Grupo Gangorra)
1978- Pedreiras das Almas, de Jorge Andrade (Grupo Gangorra)
1979- Aluga-se uma Barriga. de Jurandir Pereira (Grupo Gangorra)
1979- ABC da Cultura Maranhense, de Aldo Leite (Grupo Gangorra)
1979- Os Saltimbancos, de Chico Buarque (Grupo Mutirão e Grupo Gangorra)
1980- Os Perseguidos, de João Mohana (Grupo Mutirão e Grupo Gangorra)
1980- O Gato Errado, de Fernando Strático (Grupo Gangorra)
1981- Aves de Arribação, de Aldo Leite (Grupo Mutirão e Grupo Gangorra)
1986- A Casa de Bernarda Alba, de Federico Garcia Lorca (Grupo Mutirão e Grupo Gangorra)
1987- Cenas de um Casamento, vários autores (Grupo Gangorra)
1987- O Tribunal dos Divórcios, de Cervantes (Grupo Gangorra)
1987- O Defunto, de René Obaldia (Grupo Gangorra)
1999- Um Raio de Luar, de Aldo Leite (Grupo Gangorra)
2009- A Consulta, de Artur Azevedo
Atuação
Branca de Neve e os Sete Anões
Iaiá Boneca
Socayte em Baby-dool, de Henrique Pongetti – Grupo Tema
O Beijo no Asfalto, de Nelson Rodrigues – Grupo Tema
A Revolução do Beatos, de Dias Gomes – Grupo Tema
Tema Conta Zumbi, de Gianfrancesco Guarnieri – Grupo Tema
Zoo Story, de Edward Albee, direção de Facury Heluy – Grupo Tema
Em Tempo do Amor ao Próximo, de Artur Azevedo – Grupo Tema
A Via Sacra, de Henri Ghéon – Grupo Tema
Os Mistérios do Sexo, de Coelho Neto – Grupo Tema
Quem Casa quer Casa, de Martins Pena – Grupo Tema
Por Causa de Inês, de João Mohana – Grupo Tema
A Casa de Orates, de Artur Azevedo – Grupo Tema
A Consulta, de Artur Azevedo – Grupo Tema
Cazumbá, de Américo Azevedo Neto – Grupo Cazumbá
Simbita e o Dragão, de Lúcia Benedetti, direção de Ubiratan Teixeira
O Médico à Força, de Molière, direção de Ubiratan Teixeira
O Processo de Jesus, de Diego Fabri, direção de Ubiratan Teixeira
O Mártir do Calvário, de Eduardo Cucena – Cia. Cecílio Sá
Maria Arcângela, de Aldo Leite – Grupo Tema
O Cavaleiro do Destino, de Tácito Borralho e Josias Sobrinho, direção de Tácito Borralho – Coteatro
Marat Sade, de Peter Schaffer, direção de Marcelo Flexa – Coteatro
El Rey Dom Sebastião. texto e direção de Tácito Borralho – Coteatro
A Viagem, de Carlos Queiroz Teles, direção de Celso Nunes
Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto
Lúcia Elétrica de Oliveira, texto e direção de Cláudia de Castro
Cinema
A Faca e o Rio, de Nelson Pereira dos Santos
Carlota Joaquina, de Carla Camurati
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