MÚSICA

Metallica completa 35 anos com um som revitalizado

O grupo de heavy metal é um dos mais importantes do século 20

Com 35 anos de carreira, nove álbuns de estúdios lançados e turnês bem-sucedidas por todo o o mundo, o Metallica, sem dúvida, é um dos principais nomes do heavy metal de todos os tempos. Em grande parte, o motivo pelo qual a banda ocupa esse distinto posto é o álbum Metallica, conhecido popularmente como The black album (O álbum preto). Lançado em 1991, o disco permaneceu quatro semanas consecutivas no topo das paradas da Billboard, disputando popularidade com gigantes da indústria como Mariah Carey, Paula Abdul e Garth Brooks, e vendeu, em todo o mundo, mais de 30 milhões de cópias. No ano em que o trabalho completa 25 anos, o Correio relembra que, apesar de ser considerado um dos discos mais simbólicos da história do gênero, The black album foi um produto das mais diversas influências, algumas, até inesperadas.
Inesperadas porque o Metallica é, indiscutivelmente, a principal banda do chamado thrash metal, uma vertente do metal caracterizada pela velocidade e crueza do seu som associado a uma atitude semelhante à do punk rock. Os três primeiros álbuns do grupo – Kill‘em all, Ride the lightning e Master of puppets –, conseguiram capturar tal essência com um vigor que, somado à técnica dos integrantes, elevaram o grupo a uma posição de destaque dentro da cena.
O sucesso e o talento abriram caminho para as experimentações do álbum seguinte, …And justice for all, que levou o thrash do grupo para uma sonoridade mais progressiva, com arranjos mais elaborados e longos. A faixa-título, por exemplo, era um épico de mais de 10 minutos. Tal direcionamento, segundo a própria banda, foi o que levou às músicas mais curtas e diretas presentes em The black album. “Durante o show, nós percebíamos as caras aborrecidas das pessoas e pensamos ‘eles não estão se divertindo tanto como a gente’. No camarim, após tocar …And justice for all, eu lembro de alguém dizer, ‘essa foi a última vez que tocamos essa maldita música’”, revelou o guitarrista Kirk Hammett, para a revista Rolling Stone, em 1991.
Produção
Depois da decisão de escrever canções mais diretas, cujo primeiro resultado foi Enter sandman, o maior sucesso do trabalho, a próxima decisão foi a escolha de um produtor que pudesse dar mais consistência ao som da banda e afastar o grupo do caminho complexo pelo qual enveredaram no disco anterior. O homem escolhido para essa missão foi Bob Rock, escolha que causou bastante polêmica entre os fãs pelo trabalho anterior com bandas consideradas mais farofa, como Bon Jovi, Motley Crüe e David Lee Roth. “Eu ouvi isso e aquilo sobre Bob Rock, mas o fato é que ele tem um ouvido incrível para atitude e feeling”, defendeu a escolha Lars Ulrich, em entrevista a Mark Putterford.
A pegada mais pop do produtor logo começou a ser sentida em estúdio, principalmente no vocalista James Hetfield. Rock via potencial na música Enter sandman para ser o primeiro single do álbum, porém ao ler as letras que Hetfield tinha escrito, as achou gráficas e diretas demais. “Eu sentei com James e falei ‘precisa ser tão literal?’ Não que eu estivesse pensando no single, eu só queria que ele fizesse uma ótima canção. Foi um processo, com ele aprendendo a dizer o que queria, mas de uma forma mais poética, dando margem para interpretação”, comentou.
Além de se tornar um compositor mais sofisticado, James Hetfield também trabalhou em suas habilidades vocais sob a tutela de Bob Rock. Querendo imprimir um clima mais melancólico às baladas Nothing else matters e The unforgiven, Hetfield pediu ajuda ao produtor para soar mais como, acredite ou não, o cantor Chris Isaak, que à época, lançou o mega hit Wicked game. Admitindo que, até então, a sua técnica vocal era muito mais baseada em gritaria do que em cantar de fato, James foi orientado por Bob Rock a prestar atenção às nuances do vocal de Isaak e passar a imprimir um tom de interpretação a suas performances.
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