Já se perguntou o motivo dos nomes das ruas da nossa cidade? Rua do Sol, Rua da Paz, Beco do Quebra-Bunda entre muitos outros nomes, carregam um pouco de uma história que muitas vezes passa despercebida.
Selecionamos alguns desses nomes e seus significados foram extraídos do livro, “Caminhos de São Luís”, de Carlos de Lima.
Praça da Pacotilha
Em seu lugar havia uma casa, que foi derrubada dando lugar a Praça da Pacotilha, que tem esse nome pelo famoso jornal “A Pacotilha”, que funcionava em um casarão naquela casa. Esse jornal se tornou o que hoje é O IMPARCIAL.
Rua Grande
A Rua Grande além de um importante ponto comercial de São Luís é a rua mais antiga da cidade, estando presente em mapas de 1698. Esta rua é uma das mais antigas da cidade. Antes de se tornar uma rua com um comércio movimentado, a Rua Grande era um famoso ponto de passeio no centro.
Rua das Flores
No início a Rua das Flores era chamada Rua Aluízio Azevedo, mas não há indícios em sua história que esteja ligado a flores. Rua adjacente do comércio do centro e nas suas esquinas está a Igreja São João, a Loja mais antiga da Maçonaria, entre outros.
Rua Portugal
Era chamada de Rua do Trapiche e em 1906 mudou de nome para Rua Portugal, por causa das homenagens a visita da corveta À Pátria, da Real Marinha Portuguesa.
A concentração de compra e venda de mercadorias na antiga área portuária da ilha deu origem ao complexo comercial da Praia Grande.
Beco do Quebra-Bunda
Um despenhadeiro existente na esquina da Praça João Lisboa com a Rua Formosa (Afonso Pena), o chamado Canto Grande, que um engenheiro tratou de dá uns cortes para evitar as quedas. Mas mesmo depois da investida, o trecho da Rua João Vital não deixou de ser menos perigoso. Quem passava pelo lugar corria o risco de cair com a bunda no chão. Também foi popularmente chamado de Quebra-Costas. Hoje é conhecido como Beco da Pacotilha e deve-se ao fato de o prédio de azulejos verdes, na esquina, ter sido sede do famoso jornal do século XIX, O Imparcial.
Beco da Bosta
Que nome mais estranho. Mas o Beco da Bosta é um beco estreito que durante o período colonial servia de passagem para os escravos levarem os tonéis de excrementos das famílias da cidade e jogá-los na maré, único meio de despejo da época, já que não existia rede de esgoto. Esses escravos eram chamados de tigres ou cabungos. Também ficou conhecido como Beco da Baronesa, porque na esquina ficava o sobrado da baronesa de São Bento. Hoje tem o nome de Travessa 28 de Setembro em alusão ao dia da assinatura da Lei do Ventre Livre.
Canto da Fabril
Um dos pontos de referência mais famosos da cidade, o Canto da fabril, tem esse nome devido ao fato de ali próximo ter funcionado a Companhia Fabril Maranhense, fundado por Crispin Alves dos Santos, quando o boom das fábricas sonhava modificar a cidade. O Canto da Fabril fica na intersecção da Rua Senador João Pedro e a Rua Grande (Oswaldo Cruz). Sim! A Rua Grande vai até ali. Oficialmente o Canto da Fabril compreende o trecho da Rua Senador João Pedro, antes uma continuação do Caminho da Boiada.
Beco da Caéla
O nome deste logradouro localizado no Centro de São Luís tem origem inusitada. Reza a tradição que vivia ali um português louco por crianças e que ao ver uma não resistia e pedia: “Dê-me cá, ela!”. Dá cacofonia surgiu o apelido. Hoje o beco, que começa no Anel Viário e termina na Rua Formosa (Afonso Pensa), antes um grande lamaçal, leva o nome do poeta Maranhão Sobrinho.
Rua dos Afogados
Segue da Rua do Egito até a Rua Rio Branco. Já chamou-se Rua dos Afoga bugios. Conta-se que o divertimento dos meninos de antigamente era afogar os muitos macacos que existiam por aquelas bandas nas águas do riacho. Claude d’Abbeville descreve em sua obra que outrora, “uma fonte, particularmente bonita… cercada de palmeiras, guacos, murtas e outras árvores maravilhosamente grandes, sobre as quais se veem muitas vezes, monos, macacas e micos que vão beber água”.
Rua do Giz
Deve-se o noe provavelmente a ladeira de argilas brancas onde hoje é a escadaria. Começa no Largo do Palácio, continuava até a ladeira Vira-Mundo (Rua Humberto de campos), para depois subir pela rua nova cascata (Jacinto Maia).
O trecho entre o Largo do Palácio e a escadaria foi aterrado para formar o passeio que fica em frente ao Palácio do Comércio (Associação Comercial).
Muitos artistas pintaram essa rua pela majestosa paisagem das fachadas dos prédios coloniais na ladeira.
Rua do Sol
Ela liga a Praça Deodoro ao Largo do Carmo, palco de passeatas cívicas e dos desfiles militares e escolares que eram saudados pelas famílias ali residentes, seguindo pela Rua do Sol em direção a Av. Magalhães de Almeida.
A Rua do Sol recebeu o nome de Nina Rodrigues e por ela passaram grandes levantes políticos de protesto. As concentrações populares ocorriam na Praça Deodoro e através da Rua do Sol seguiam até o Palácio dos Leões, continuando pela Rua de Nazaré e Praça Benedito Leite.
Rua Formosa
Seu nome deu-se em homenagem à beleza do local. Também ficou conhecida como Estrada Real, por ser uma rua longa. Recebeu também o nome de Rua Afonso Pena. Inicia-se nas proximidades do Largo do Carmo e segue até a Rua do Portinho. Segundo os pesquisadores, foi a primeira a receber calçamento de cantaria “cabeça-de-negro”.
Nessa rua, segundo a pesquisadora Magnólia Sousa Bandeira de Melo, havia um local chamado de Canto Pequeno, localizado na esquina com a Rua de Santana, onde os negros de carga sempre se reuniam para, entre outras coisas, falarem mal dos outros.
Canto da Viração
Quem não já marcou um encontro no Canto da Viração? O logradouro é a esquina da Rua Grande com a Rua do Passeio, no Centro. Bem, ali não tem as melhores brisas da cidade, nem é onde o vento faz a curva. Na verdade, o local foi chamado assim porque era o ponto aonde os bondes que vinha da Rua Grande viravam para seguir para a Rua Rio Branco, em sentido à Praça Gonçalves Dias. Hoje o sentido do trânsito inverteu, mas o local continua sendo ponto de encontro de muita gente.
Praça Benedito Leite
A praça antes era chamada de Largo João Velho do Val (ou do Vale) e mudou de nome após a construção de uma estatua de bronze em homenagem a Benedito Pereira Leite, estadista que levou o nome do Maranhão no Senado da Republica.
Fica lado da Catedral Metropolitana, Igreja da Sé, e do Palácio do Comércio.