Músico com carreira internacional, o percussionista maranhense Carlos Pial, radicado em Brasília há cinco anos, está lançando o DVD Alquimia de sons, com o qual comemora 20 anos de trajetória artística. O repertório traz 15 músicas — todas autorais — gravadas antes nos CDs Maranhafricanizado (2001), Perfusão (2006), Etnia(2010) e Misturado (2014). Duas delas são Alegro e Norjazztenando, premiadas no Festival da Rádio Nacional FM. No show, que aconteceu ontem em Brasília Pial teve a companhia de Pedro Almeida (bateria), Rodrigo David (baixo), Misael Silvestre (teclados), Westonny Rodrigues (trompete) e Agilson de Alcântara (guitarra e violão). A relação de Carlos Pial com Brasília se assemelha à de outros músicos, que, vindos de outras regiões, ao chegarem aqui se fixaram. Há cinco anos na capital federal, o percussionista e compositor estabeleceu vínculos artísticos com outros músicos e tem desenvolvido um elogiado trabalho.

“Quando há cinco anos deixei São Luís, o meu destino era São Paulo, onde iria ao encontro de Papete, que me esperava para trabalhar com ele. Mas, ao passar pela capital, conheci outros músicos e comecei a participar de diferentes projetos. Logo, já estava me sentindo em casa, desisti de São Paulo e de voltar para o Maranhão”, conta.

O músico maranhense Carlos Pial está comemorando duas décadas de carreira solo com vários shows e o primeiro DVD autoral, explicou que Alquimia dos Sons, foi gravado ao vivo no Sesc Ceilândia (DF). O projeto é patrocinado pelo governo do Distrito Federal. Esse é o primeiro DVD musical do percussionista, sendo que antes ele já tinha lançado um com aula de Cajon (Aula de Cajón – Ritmos Brasileiros), um instrumento peruano onde ensina os ritmos brasileiros utilizando-o.

Ao longo da carreira já participou de 20 DVDS acompanhando artistas, uma vez que é percussionista, e gravou quatro CDs – Maranhafricanizado, Perfusão, Etnia e Misturado.

Músico eclético, não só os tambores predominam em seus trabalhos, mas também facetas eletrônicas, efeitos diversos e uma pegada bem singular, swingada e contemporânea. Seu trabalho é uma mistura de ritmos maranhenses com estilos brasileiros e latino-americanos. No repertório do DVD, ele reúne músicas autorais em 15 faixas, selecionadas dos CDs já gravados, entre as quais, Alegro, Salsamba e Samba Candango, que fez para Brasília, além de uma releitura de Fogueira (de César Nascimento).

Pial também presenteia o público, tanto nos seus CDs, como nos shows, com suas melodias simples e marcantes, tornando suas músicas inesquecíveis para quem assiste. Ele já teve oportunidade de mostrar seus trabalhos em festivais e eventos musicais por vários estados brasileiros e até fora do Brasil, tais como: Ceará, Roraima, Amapá, Alemanha, Suíça e Inglaterra. “Eu classifico meu som como de tudo um pouco que rola no que convencionaram de world music (descrição criada no final dos anos 90, onde descrevia a combinação dos instrumentos musicais das mais diversas regiões do mundo). Da música brasileira ao Latin-África, com referência, claro, em tudo que acho que é bom. Utilizo de loops eletrônicos a efeitos diversificados dentro de uma diversidade sonora econtemporânea Sou um percussionista/baterista que tive a ousadia de sair da cozinha (manutenção do ritmo) e vir para a sala (pessoas que improvisam compõem e criam)”, define.

Eu avalio o meu trabalho como feito com toda dificuldade do músico solo e ainda instrumental. Sem falsa modéstia, avalio que venho fazendo um trabalho com sucesso e que estou no caminho certo. Graças a Deus. Estou sempre com as pessoas certas do meu lado onde só somam comigo musicalmente e amigavelmente. E também, claro, nesses quase 6 anos que estou morando aqui em Brasília, conheci pessoas que se tornaram chave na minha carreira profissional.

É fruto de um amadurecimento profissionalmente falando e como pessoa mesmo. E claro venho agindo totalmente com mais profissionalismo no meu trabalho e isso está me dando resultados positivos. Mais uma etapa se inicia na minha vida com a realização desse sonho. É um registro do meu trabalho como compositor e instrumentista, porque até então não tinha gravado minhas composições.

Nesses 20 anos de estrada Carlos Pial teve seu trabalho reconhecido durante o evento anual realizado pela Universidade Federal do Maranhão, o Prêmio Universidade FM, como melhor música instrumental em 2003 e melhor percussionista em 2004, 2006, 2008, 2009, 2010, 2011 e 2012. Já dividiu ombro a ombro o palco com grandes artistas nacionais e internacionais, tais como Terry Winter, Oven Gray, Éric Donaldson, Naná Vasconcelos, Daúde, Jair Rodrigues, Negra Li e outros. Também tocou com os conterrâneos Papete, Alcione, Sávio Araújo, Chiquinho França, Josias Sobrinho, César Nascimento, Flávia Bittencour e outros. Seu nome e seu trabalho figuram, hoje, no rol dos grandes percussionistas do Brasil. Atualmente mora em Brasília, e divide seu tempo ministrando aulas no Instituto Carlos Pial (ICP), realizando seus shows, gravando e ministrando oficinas e workshops pelo Brasil.