Jogos Olímpicos
Unidos de Santa Fé se apresenta em Minas Gerais e São Paulo
145 brincantes embarcam, no domingo, dia 30, para uma temporada de apresentações, dentro do projeto Circuito Funarte Cena Pública
O Bumba Meu Boi Unidos de Santa Fé, no sotaque de pandeirão, vai representar o Maranhão na programação artística dos Jogos Olímpicos, que ocorrem entre os dias 5 e 21 de agosto, na cidade do Rio de Janeiro.
Com o patrocínio do Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Sectur), 145 brincantes embarcam, neste domingo, dia 30, às 18h, para as cidades de Belo Horizonte (MG) e São Paulo (SP) para uma temporada de apresentações na região Sudeste, dentro do projeto Circuito Funarte Cena Pública.
Programação
Segundo Cláudio Henrique, coordenador do Boi Unidos de Santa Fé, a brincadeira tem apresentações confirmadas dias 3 e 4 de agosto, na Praça da Estação ou Praça Rui Barbosa, em Belo Horizonte, ponto turístico criado em 1904.
No largo, encontra-se também o Monumento à Terra Mineira, estátua de bronze que homenageia os heróis da inconfidência. O prédio ao lado, construção retangular, servia como dormitórios e escritórios da Rede Ferroviária Federal S/A. No prédio da estação, fica a maquete de ferreo modelismo, uma representação de mini ferrovia.
A Praça da Estação é atualmente um dos principais espaços públicos para a realização de shows e eventos. Nela acontece uma das maiores festas juninas do país, o Arraial de Belô. Abriga ainda a Estação Central do Metrô e o Museu de Artes e Ofícios, o único museu do gênero na América Latina, implantado em um belo edifício neoclássico.
Em Sampa
Na capital paulista, o grupo tem uma apresentação a confirmar dia 5/8. Dia 7, o Boi Unidos de Santa Fé se apresenta no Morro do Querosene, no Butantã, comunidade essa que preserva a cultura popular brasileira, onde a batida dos tambores do Maranhão dão o ritmo.
Reconhecimento
O Boi Unidos de Santa Fé foi selecionado em concurso aberto pelo Ministério da Cultura (MINc), por meio da Fundação Nacional de Arte (Funarte). Cerca de 150 grupos folclóricos brasileiros participaram da seleção de editais do Circuito Funarte de Cena Pública.
Com recursos do Ministério da Cultura, ambos os processos seletivos visam promover a cultura nacional por meio de programação artística em equipamentos da Funarte e em espaços públicos abertos no período dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos 2016.
Selecionado
O Circuito Funarte Cena Pública contemplou dez projetos, com premiação de R$ 100 mil para cada selecionado. Entre os dias 3 e 20 de agosto, cada contemplado vai promover a circulação de espetáculos, performances cênicas ou intervenções em espaços públicos abertos em duas das cidades onde serão disputadas partidas de futebol durante os jogos – Belo Horizonte, Brasília, Manaus, Salvador e São Paulo. O investimento total é de R$ 1,1 milhão. O principal objetivo deste edital é valorizar e fomentar a arte de rua e o uso dos espaços públicos, estimulando esse modo de criação de caráter democrático e popular.
Para Zé Olhinho, idealizador e cantador do Boi Unidos de Santa Fé, o fato do grupo ter passado por uma seleção e ter o nome escolhido em projeto idealizado pelo Ministério da Cultura, por meio da Fundação Nacional de Arte (FUNARTE), é definida por ele como “uma bênção divina”.
Esse convite para representar o folclore do Maranhão e do Brasil nas Olimpíadas, que acontecem em nosso país, é encarado por todos integrantes do grupo como uma oportunidade única. É uma forma de se mostrar um trabalho em que valorizamos e mantemos firme a tradição do auto do bumba meu boi. E saber que o boi de Santa Fé foi escolhido entre várias brincadeiras inscritas na seleção de editais da Funarte é “uma bênção de Deus” – destaca.
Histórico
Zé Olhinho está intrinsecamente atrelada a história do Bumba-Meu-Boi Unidos de Santa Fé. Nascido em 1943, no município de São Vicente de Férrer, baixada maranhense, radicou-se definitivamente na capital do Estado nas décadas de 50 e 60.
Ele é aposentado pelo Sindicato dos Arrumadores de São Luís, atividade que exerceu por mais de 20 anos e lhe deixou como herança sérios problemas de coluna envolvendo hérnia de disco. Herdou do Pai, o gosto da ”boiada”.
No início da década de 60 do referido século, começou a frequentar as atividades do Bumba Meu Boi de Pindaré, um dos primeiros a se organizar em São Luís. Zé Olhinho se destacou pela sua bela voz e inteligência no improviso de toadas com a temática na vida de quem se dedica ao gado.
Em 1987, motivado por questões internas do Boi de Pindaré, desligou-se oficialmente do mesmo e montou, em conjunto com dois amigos, o Pindaré 2, para dois anos mais tarde firma-se como o atual Bumba Meu Boi Unidos de Santa Fé.
O Boi Unidos de Santa Fé, atualmente é referência garantida em qualquer lugar que se apresenta. Seu amo Zé Olhinho, conhecido artisticamente, é a alma do boi. Ele ainda mantém acesa sua capacidade de aprendiz. E isso reflete na concepção do boi que comanda, fazendo da brincadeira, uma ferramenta de entretenimento, mas acima de funcionando como um agente social para a comunidade do Bairro de Fátima.
O mestre Zé Olhinho foi vencedor do 1º Festival de Toadas do Maranhão em 1986, realizado pelo jornalista Zé Raimundo Rodrigues. Foi também vencedor do Festival de Toadas do Maranhão 2006, realizado pelo Sistema Mirante, com a Melhor Toada e Melhor Intérprete, Foi premiado na edição 2007 do Prêmio de Cultura Popular Duda do MINC, entre entre outros.
O Boi Unidos de Santa Fé, reconhecido nacionalmente e internacionalmente, possui, atualmente 18 membros em sua diretoria. O grupo é formado, ainda, por 40 integrantes no cordão, 25 Índios, 35 Índias, 50 cazumbás, 20 batuqueiros e um grupo de apoio de aproximadamente 25 pessoas.
Discografia
Unidos de Santa Fé possui 5 cds gravados e têm destacada atuação nas festividades culturais do Estado, muito requisitado para apresentações em arraiais públicos e particulares, levando a beleza de seu espetáculo, onde a batida das matracas e dos pandeirões são fortes e vibrantes, soando com altivez, harmoniosas toadas. Destaque para os cantadores Zé Olhinho, Ciríaco, Zé Miguel, Marrom, Batista, Miguel e Vitório.
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