“Heróis que não tenham vulnerabilidade não geram identificação.” O conceito é incutido na cabeça do mais novo e promissor astro para Hollywood, o sueco Alexander Skarsgard. Já livre do peso da vampiresca série True blood e prestes a completar 40 anos, o ator, que trabalhou até com Lars von Trier, encarou o desafio de ser Tarzan, na nova produção do diretor David Yates (realizador do desfecho da saga Harry Potter).
“Tive que me livrar de todas as calças antigas que tinha”, diverte-se ele, ao divulgar o filme numa escala intimista, em mesa-redonda para oito repórteres. No filme, ao lado de Margot Robbie (Esquadrão suicida) e da gaiata dupla Samuel L. Jackson (Pulp fiction) e Christoph Waltz (Django livre), o ator defendeu um tipo outsider, meio hostilizado pelo ambiente. “Lidei com elementos como família e como a possibilidade de se encontrar um lugar no mundo”, observa.
Tendo achado o seu Tarzan, mais nutrido por roteiro do que por modelos de outros astros, Skarsgard assume deferência: “Para mim, Johnny Weissmuller é o Tarzan; foi como fui apresentado ao personagem”. Entre observações da dita evolução da sociedade e até do falso beijo no colega Waltz, o sueco se mostra gaiato, e deixa escapar o seu animal interno.
“Se fosse fera, optaria por ser um mangani (espécie de gorila da literatura de Burroughs); de outro modo, seria morto por Kala, minha a gorila mãe”, diverte-se. Até um “obrigado” sai do artista, de porte atlético (em 1,94metro), no fim da entrevista para divulgar a fita de US$ 180 milhões de orçamento.