ARTE

Performance imersiva onde o público experimenta a realidade virtual

A performance imersiva P.O.E.M.A. foi aberta ao público na terça-feira no Oi Futuro

Corpo, água, ar e tecnologia. Todos esses indicadores se complementam no mais novo trabalho da coreógrafa e diretora teatral Regina Miranda. A performance imersiva P.O.E.M.A. tem um cenário neutro e sensores de realidade imaginada, onde o público experimenta a realidade virtual individual, com a ajuda de óculos especial, geralmente usado em games e que passa a sensação de estar à deriva no mar. A respiração é decisiva sobre a continuação na superfície ou o afogamento. Na parede, o público visualiza o que a pessoa está vendo através do visor de virtualidade aumentada. Para a instalação, foram criadas mais de 200 células coreográficas entre cinco a quinze segundos, que são usadas em tempo real pelos bailarinos, que se transformam de acordo com a respiração dos participantes imersos na ambientação física.Unindo tudo isso, se cria uma experiência entre plateia e bailarinos.
Regina Miranda, idealizadora da experiência, conta que a ideia surgiu no ano passado, durante a seleção para exposição sobre arte e tecnologia em Nova York, onde mora desde 2000. “A tecnologia é um assunto no qual comecei a me interessar bastante e queria achar um meio em que ela fosse poética. Então, ano passado, quando eu estava montando uma exposição sobre a tecnologia na qual eu era curadora e durante a seleção, conheci o trabalho sobre imersão individual como o tema do mar e assim ele foi nascendo”, explica Regina.
Processo de criação
Com criação e direção da própria Regina, a música tocada no ambiente é original e foi criada a partir de textos de alguns de seus trabalhos, feitos no decorrer da carreira.
P.O.E.M.A

P.O.E.M.A conta com a colaboração de grandes artistas de diversas áreas, como a arquiteta Mirjana Prpa (Sérvia), especializada na criação de ambientes de realidade virtual, cenografia de Natalia Lana, figurinos de Luiza Marcier, o vídeo de Barbara Branco e a luz de Luiz Paulo Nenen, Kivanç Tatar (Turquia), músico que se dedica a processos generativos de música eletrônica, além de três intérpretes de sua Companhia de dança, Patrícia Niedermeier, Marina Salomon e Marina Magalhães.

A diretora explica que essa experiência é algo diferente de tudo que já fez, um trabalho em que nada foi imposto a nem um dos profissionais nele inseridos. “Nesse trabalho, eu estou exercendo um pouco um novo tipo de direção e construção, não sem temor, sem angústia, vivendo uma zona que não é completamente confortável, pois eu não sei de nada. Eu sou profundamente autoral, mas liberdade e autonomia de pensamento é vital. As pessoas diziam que ia ficar incrível, e eu só pensava: Assim espero!”, confessa.
Próximos lugares
Questionada sobre o futuro da performance, Regina esclarece que ainda não houve propostas para levar o projeto para outras cidades ou países, mas primeiro ela quer ter esse trabalho reconhecido no Brasil. “Acho que esse é um trabalho que pode falar muito bem no Brasil e pode representar. E estamos precisando muito disso, artistas representam muito bem o Brasil lá fora, com pouco ou nada de suporte e com pouco reconhecimento aqui dentro”, pontua Regina.
A artista conta que o próximo projeto será contar a história da escritora Clarisse Lispector, no Estados Unidos. “Em agosto, estou embarcando para Nova York para os ensaios do espetáculo. A peça vai falar sobre a Clarisse Lispector. Estou bastante animada, pois é mais uma brasileira sendo homenageada fora do Brasil”, conclui.
Sobre Regina Miranda
P.O.E.M.A
Diretora-geral (CEO) da Laban/Bartenieff Institute of Movement Studies, LIMS em Nova York, diretora artística do Centro Coreográfico do Rio de Janeiro e do Centro Laban-RJ, além de coreógrafa, diretora teatral.
A carioca reúne mais de 30 trabalhos como diretora e coreógrafa para teatro, televisão, ópera e cinema. Entre eles, grandes sucessos da televisão como Que rei sou eu?, com direção de Jorge Fernando e Gabriela. No teatro, coreografou Dalva, estrelado por Marília Pêra, e outros espetáculos com Desfigura, um monólogo sobre a vida do pintor Francis Bacon, interpretado por Edílson Botelho e Paulo Marquez.
A performance imersiva P.O.E.M.A. foi aberta ao público na terça-feira no Oi Futuro no bairro Flamengo, Rio de Janeiro até o dia 21 de agosto.
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