CAPACITAÇÃO
Minicurso sobre produção das Artes Visuais na Galeria Trapiche
No período de 4 a 8 de julho será realizado o minicurso ‘Artes Visuais no Maranhão: História, Ensino e Produção’
Para quem se interessa pela história das Artes Visuais no Maranhão, a Galeria Trapiche Santo Ângelo, equipamento cultural da Prefeitura de São Luís, e o Sesc, oferecem, no período de 4 a 8 de julho, o minicurso “Artes Visuais no Maranhão: História, Ensino e Produção”, com o professor e pesquisador João Carlos Pimentel Cantanhede.
O curso é gratuito e os interessados poderão se inscrever pelo e-mail galeriadeartesescma@gmail.com ou pelo telefone 3216-3830. O curso, com duração de cinco dias, acontecerá no horário das 14h às 17h, na Galeria Trapiche, localizada na Avenida Vitorino Freire, na Praia Grande (Centro Histórico).
“Esta é mais ação da Galeria Trapiche com o Sesc na qual buscamos fortalecer as ações de fomento no segmento das artes visuais. Este ano, já tivemos 12 ações formativas na área de artes visuais, além de mediações educativas realizadas por estudantes do IFMA e UFMA com escolas do ensino público. O próximo curso será voltado para olaria de formas e objetos”, disse a diretora da Galeria Trapiche, Camila Grimaldi.
A história das Artes Visuais no Maranhão foi uma inquietação do pesquisador que surgiu ainda na graduação em Educação Artística realizada na Universidade Federal do Maranhão. “Foi a partir de um trabalho de pesquisa na graduação sobre a biografia dos artistas maranhenses que dei início a essa vontade de coletar dados e organizar informações sobre essa historiografia das artes visuais no Maranhão, por ser um conteúdo pouco explorado na Universidade e também pelo ensino de arte nas escolas”, explicou João Carlos.
Ao longo de 12 anos, todo o conteúdo coletado pelo pesquisador resultou na publicação do livro “Veredas estéticas: fragmentos para uma história social das artes visuais no Maranhão”, lançado em 2008. A publicação foi adotada por professores de artes da rede de ensino do Maranhão como referência historiográfica, relacionando a produção dos artistas locais com os diversos estilos e escolas de artes na história do Brasil.
Durante o minicurso, João Carlos fará uma abordagem ampla sobre a história das artes visuais, dividida por período histórico, iniciando pelo Século XVII até chegar a arte contemporânea. “A ideia é dialogarmos sobre a produção artística no Maranhão desde seus primeiros registros e o que percebemos ao longo do tempo que o Maranhão teve grandes artistas que foram produtores de arte a serviço de determinas instituições, como foi o caso da Arte Sacra do século XVII, feita por índios e negros sob domínio dos jesuítas”, pontuou o pesquisador.
Personalidades
João Carlos destaca três grandes personalidades das artes visuais na história do Maranhão. O italiano Giuseppe Leone Righini, também referido como Joseph Léon Righini, que chegou ao Brasil em 1856, e que produziu diversas obras com paisagens de Pernambuco, do Maranhão e, sobretudo, de Belém, marcadas pela destreza em articular áreas de luz e sombra. “Righini é um dos expoentes das artes visuais sobretudo por ter sido pioneiro na produção de gravuras e pinturas sobre São Luís naquele período”, disse o pesquisador.
Domingos Tribuzi é outro nome importante para a história das Artes Visuais. Pintor, desenhista e professor, vem para o Maranhão por volta de 1829, onde se dedica a pintar retratos, miniaturas e desenho. É considerado o primeiro professor de arte do Maranhão, tendo por discípulos Giácomo Venero, Joseph Montecelli, João Manoel da Cunha e José Mário Bílio Júnior e o seu filho Horácio Tribuzi. “A contribuição de Tribuzi foi muito importante para a formação de artistas no Século XIX. Foi o primeiro grande mestre e foi responsável pela educação artística no Liceu Maranhense, onde lecionava”, afirmou João Carlos.
Já no Século XX, o pesquisador apontou o artista José de Paula Barros, como grande personalidade na história das artes visuais, por ter tido o mesmo papel de Tribuzzi no século anterior, como fundador da Escola de Belas Artes do Maranhão, no ano de 1922, onde hoje funciona a Academia Maranhense de Letras.
Salão de Artes Visuais
Outro debate importante que será realizado durante o minicurso é sobre a importância do Salão de Artes Visuais de São Luís. “Será um momento muito oportuno para, ao longo desse resgate histórico das artes visuais no Maranhão, compreendermos a importância do Salão de Artes e apresentarmos propostas de qualificação do concurso cultural no que diz respeito a desenvolvimento de ações formativas e também a obrigatoriedade de um retorno social ou contrapartida dos artistas premiados para com a comunidade”, finalizou João Carlos Pimentel.
Perfil
João Carlos Pimentel Cantanhede é graduado em Educação Artística/Artes Plásticas (Licenciatura) pela Universidade Federal do Maranhão (2001), com especialização em História do Maranhão pela Universidade Estadual do Maranhão (2005). Atualmente, é professor de Arte da Secretaria de Estado da Educação (Seduc). Publicou os livros “Cantanhede: memórias terceiras” (2010); “Veredas estéticas: fragmentos para uma história social das artes visuais no Maranhão” (2008); “A cidade e a memória” (2013), em parceria com Raimunda Fortes, e pretende lançar mais um livro esse ano intitulado “Revivescência”, sobre a produção artística do pintor José de Paula Barros (1883-1926). O pesquisador também mantém o blog artedomaranhao.blogspot.com, no qual atualiza dados e informações sobre a historiografia das Artes Visuais no Maranhão.
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