Lindas, bem sucedidas e apaixonas por carros. Essa é a descrição mais adequada para a designer Clarissa Niederauer, 33 anos, e a fisioterapeuta neuropediatra Nelmar Mendes, 24. Além do citado no início da matéria, ambas tem em comum um amor especial por carros antigos, em especial o famoso ‘besouro’ ou o fusca o carro mais vendido do mundo.
O modelo criado nos anos 30, conquista até hoje o coração de muitas pessoas. Nelmar conta que a paixão por carros antigos, em especial o fusca, vem desde a infância. O amor é tão grande que ela possui dois fuscas 1980 e 1966. “Quando eu tinha uns seis anos de idade eu possuía um pedalinho, que era um fusca azul, que foi o meu brinquedo favorito, então sempre eu quis possuir um fusca”, completa.
Na garagem da fisioterapeuta um opala standart coupé de 1975 e um landau 1979 que pertenceu ao governo do Distrito de Brasília, dividem o espaço da garagem.
Já com Clarissa a paixão surgiu após uma visita a um evento de carros antigos na sua cidade natal, Santa Maria no Rio Grande do Sul. Hoje a designer tem na garagem um fusca bege 1968 e um buggy 75.
“Escolhi o fusca, pois é um carro que tem uma grande história, já que, foi criado para guerra e para superar limites. Além de ser um carro simpático”, explica.
Momentos
Ao longo desses anos com os veículos queridinhos, as duas já passaram por boas experiências. Nelmar, por exemplo, já teve que atuar como mecânica para socorrer um amigo que teve problemas no carro, também um modelo fusca. “Já passei por muitas situações com meu fusca, uma vez eu estava indo para um encontro de fuscas, quando um amigo ficou no prego no caminho com seu. Eu desci do meu, fui até o motor e com as ferramentas comecei a mexer no carburador. Enquanto isso começava a encher de “curiosos” porque havia dois fuscas bonitos e uma mulher como mecânica. Assim que eu fiz pequenos ajustes no carro, ele voltou a funcionar normalmente. E isso impressionou todos a nossa volta”, relembra.
Entre as experiências mais legais com o fusca 1968, Clarissa pontua a road trip que fez por várias cidades no Maranhão. “Acredito que uma das aventuras mais legais que tive com meu carro foi uma viagem saindo de São Luís, passando por Parnaíba, Camocim e por fim Jericoacoara com ele dentro das dunas mesmo”.
Manutenção
O fusca é um veículo que há muitos anos está fora de linha, por isso quem tem, precisa ficar atento ao procurar peças, que se tornam verdadeiras relíquias no mercado. A escassez eleva o preço das peças e a manutenção dos veículos. “Hoje em dia por ser um carro antigo as peças são mais difíceis de encontrar, apesar de muitos acharem que se encontram em qualquer lugar, já não é mais assim. Para manter um modelo antigo é necessário muita dedicação e mexer um pouco a mais do esperado no orçamento sim”, alerta Clarissa.
Acostumada com o gasto extra com os veículos antigos, sempre que necessário, Nelma afirma ter prazer em dispensar um dinheiro extra com o hobby. “Tem que ter paciência e consciência que a qualquer hora podemos gastar “um dinheirinho”, é uma “brincadeira” de custo alto”.
A fisioterapeuta ainda está investindo em mais um sonho: Ter um carro igual seu pedalinho de infância, citado no início da matéria. “Estou terminando a restauração do carro dos meus sonhos, é o meu xodó. Meu fusca 1966 azul de interior branco. Quando era criança, possuía um pedalinho fusca, e ele era azul, e sempre foi meu sonho ter ele de volta, chorei muito quando minha mãe deu porque eu não cabia mais no carrinho. Então quando eu pude, consegui de volta. Ele está a sete meses em restauração para ficar novo e com a minha cara”, finaliza Nelmar.
História do Fusca
A história do Fusca é uma das mais complexas e longas da história do automóvel. Diferente da maioria dos outros carros, o projeto do Fusca envolveu várias empresas e até mesmo o governo de seu país, e levaria à fundação de uma fábrica inteira de automóveis no processo. Alguns pontos são obscuros ou mal documentados, já que o projeto inicialmente não teria tal importância histórica, e certos detalhes perderam-se com a devastação causada pela Segunda Guerra Mundial. Em 23 de março de 1953, a primeira filial da Volkswagen foi instalada no Brasil com a missão de popularizar o Fusca em nossas terras. Nas décadas seguintes, esse lendário automóvel viveu as oscilações que o colocaram entre o estrelato e o declínio. Chegou a ser tema de um filme de Walt Disney, foi ameaçado pela concorrência de modelos mais arrojados e voltou a ser produzido sob os pedidos de um presidente da República. Em 2003, uma festa de despedida marcou a fabricação de seu último exemplar.