Um universo caipira repleto de aventuras na roça, contadas por meio de um bailado com danças, festas populares e lendas do sertão. Esta é a inspiração do espetáculo musical Sapecado encenado pela Banda Mirim, nesta quarta, dia 15, no Teatro Arthur Azevedo, Centro. A apresentação, às 15h, é exclusiva a alunos de escolas públicas e instituições voltadas a crianças e jovens de comunidades periféricas de São Luís. Já a sessão de 19h será aberta ao público em geral. Apresentações contarão com intérprete de Libras.

Embora a Banda Mirim venha de uma metrópole, a cidade de São Paulo, o espetáculo Sapecado fala do modo de vida na zona rural e seus personagens. E é nesse ambiente que vive Assunta Felizarda de Jesus, personagem interpretada pela atriz Cláudia Missura, que deixa seu rancho para ir a um baile na Vila do Sapecado. As histórias dela e de seus dois companheiros de estrada, o cachorro Rex e o carteiro Adauto, conduzem a narrativa da obra, dirigida por Marcelo Romagnoli.

Assunta Felizarda de Jesus, interpretada pela atriz Cláudia Missura, conhecida nacionalmente pelas participações nas novelas globais Avenida Brasil, Jóia Rara e A Favorita é uma mulher brejeira, que vive sozinha numa roça, acompanhada apenas de seu cachorro Rex, o músico e ator circense Edu Mantovani. Um dia, ela recebe um convite, trazido pelo carteiro Adauto, que dá vida ao cantor Rubi, para ser madrinha do casamento da comadre Dete Mandioca. Junto com o carteiro e o seu cachorro, Dona Assunta cruza a Estrada do Bromongó até a Vila do Sapecado para participar do baile.

Com texto e direção de Marcelo Romagnoli, a viagem desses três personagens pela estrada é o fio narrativo deste musical infantil, que traz para São Luís, um elenco com 11 pessoas. No cenário de Marisa Bentivegna, elementos como a palha e o pano de chita dão o tom sertanejo da história. A trilha sonora envolve a plateia e reverbera na memória emotiva da audiência.

Segundo o diretor, Sapecado foi inspirado nas lembranças de uma infância vivida no interior. “Lá a música rodeava tudo. Era dupla que cantava, era baile na igreja, sanfoneiro pelo caminho, era rádio AM. Lá tinha história de mata cerrada. Tinha rio, bicho e noite escura. Tinha estrada de terra, que nem a estrada do Bromongó, onde a alma é grande e a gente é pouca”, explicou Romagnoli.

A Banda Mirim não fica só no palco. Vai realizar dois encontros artísticos, um deles com grupos de teatro, músicos, estudantes de artes cênicas e agentes locais dedicados às artes para crianças e jovens, no espaço Re(o)cupa, Rua Afonso Pena, nº20, Centro. O outro evento é dedicado a uma reunião muito especial com as crianças, mestres e brincantes do tradicional Boi de Maracanã. Outras ações do grupo são doação de CDs, livros e revistas da Banda Mirim às escolas públicas, instituições, associações comunitárias, grupos de teatro, grupos de cultura popular participantes dos encontros, artistas, músicos e entidades envolvidas nas cidades.

O palco é a própria estrada da história. E é nela que os atores sintonizam uma espécie de estação musical. Em um momento, são as vacas e os sapos que entoam um namoro com foxtrote no brejo. No outro, é o desafio e o repente entre a Benzedeira e o Coisa Ruim no mato fechado. As músicas, compostas por Tata Fernandes e Kléber Albuquerque – parceiros de nomes expressivos da MPB, como Zeca Baleiro, Chico César e Itamar Assumpção – trazem referências ao estilo caipira de clássicos de viola e manifestações regionais. “Uma das coisas mais prazerosas deste trabalho foi podermos mergulhar musicalmente nesse universo da música caipira, na poesia, no humor, nas danças, nos ritmos deste Brasil profundo, desse lugar que é um outro tempo”, conta Kléber. Todos os personagens desempenham papel musical com variados instrumentos, como percussão, sopros, sanfona, viola, baixo, trombone e violão, que entram em cena para compor a trilha sonora do espetáculo. “Trabalhamos com arranjos sofisticados, trazendo muitas referências da música caipira brasileira”, explica Romagnoli.

O espetáculo faz parte do Programa Petrobras Distribuidora de Cultura, responsável pela circulação nacional de Sapecado, que, além de São Luís, foi apresentado em Goiânia, Brasília e Belo Horizonte.

Sediada na cidade de São Paulo e completando 12 anos de atividade, a Banda Mirim é um grupo composto por artistas de diversas linguagens – entre atores, músicos, cantores e artistas circenses -, que vem se destacando, desde 2004 no cenário nacional, com seus espetáculos multidisciplinares destinados ao público infanto-juvenil. Desde sua criação, dedica-se a inventar e produzir atividades cênicas, tanto espetáculos como oficinas, que combinem linguagens derivadas do circo, do teatro e da música, buscando neste elo de integração traduzir a poesia e o universo das crianças. Com 21 prêmios conquistados, contabiliza aproximadamente 180.000 espectadores, 850 apresentações, quatro CDs, três livros, dois DVDs, dois especiais para televisão, uma revista, uma série em jornal e algumas Mostras de Repertório. Seu trabalho inclui os musicais Felizardo (2004), O menino Teresa (2007), Sapecado (2008), Espoleta (2010),Rádio Show (2011), A criança mais velha do mundo (2011), O fantasma do som (2013) e Festa (2014)

Texto e Direção – Marcelo Romagnoli.

Músicas e Direção Musical – Kleber Albuquerque e Tata Fernandes

Elenco – Claudia Missura, Rubi, Tata Fernandes, Simone Julian, Nina Blauth, Nô Stopa,

Foquinha, Olívio Filho, Lelena Anhaia, Edu Mantovani e Alexandre Faria.

Figurinos – Verônica Julian.

Assistente de Figurinos – Maria Cristina Marconi.

Cenário e desenho de Luz – Marisa Bentivegna.

Cenotécnicos e contra-regras – Luiz Cláudio Fumaça, Jean Marcel e Rodrigo Oliveira.

Engenheiro de som – Ernani Napolitano.

Danças Brasileiras – Silvia Lopes.

Consciência Corporal – Gisele Calazans.

Direção de Movimento – Cláudia Missura.

Produção executiva – Andrea Pedro.

Assistente de produção – Bianca Muniz.

Apoio: Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado da Cultura, PAC – Programa de Ação Cultural de 2008

Patrocínio Circulação 2016: Petrobras