Um olhar para a ancestralidade dos povos indígenas por meio da aura da fotografia. A exposição “Terra”, do fotógrafo Jesús Pérez Aparicio, que abre nesta quinta-feira, às 19h, na Galeria Trapiche Santo Ângelo, equipamento cultural da Prefeitura de São Luís, propõe um retorno sensível para a sabedoria dos indígenas e a relação com a natureza.
“A exposição dialoga sobre esse respeito pelos ancestrais e a sabedoria dos povos indígenas, numa sociedade onde a tecnologia tem se colocado diante do conhecimento tradicional e espiritual para com a natureza”, explicou o fotógrafo, que é um dos vencedores do VI Salão de Artes Visuais de São Luís.
Em 2014, Jesús Pérez Aparicio participou de projeto desenvolvido no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA), sob orientação da professora Mariana Balsalobre. Na ocasião, quatro alunos foram escolhidos para serem registrados na relação entre o saber popular e o saber acadêmico. A experiência colocou o fotógrafo em contato com indígenas, estudantes do curso de agropecuária da instituição. O resultado final foi a produção de filme, exibido no festival Maranhão na Tela, e da obra fotográfica “Caixas é Lua”, vencedora do VI Salão de Artes Visuais.
Indígenas
A exposição reúne fotografias que dialogam com a ancestralidade dos povos indígenas e o respeito pela preservação da natureza e conhecimentos tradicionais destes povos. “Proponho explorar distintos estados da natureza no mesmo rosto, para descobrir e expressar os sentimentos do espírito da natureza por meio dos indígenas”, reflete o fotógrafo.
A exposição foi selecionada por meio de chamada pública para ocupar o equipamento cultural da Prefeitura no mês de junho. “No mês seguinte, teremos uma exposição em parceria com o Museu da Memória Áudio Visual do Maranhão, e, em agosto, mais uma exposição selecionada pelo mesmo edital”, destacou a diretora da Galeria Trapiche, Camila Grimaldi.
A comissão de seleção do edital é formada por Regiane Caire Silva, pesquisadora vinculada à Universidade Federal do Maranhão com atuação docente nos programas de Pós-Graduação em Artes e Regis Costa, mestrando do programa de mestrado profissional em Artes Profartes – UFMA. Professor de Artes Visuais do Instituto Federal do Maranhão – Campus Centro Histórico e pesquisador sobre arte e tecnologia.