MÚSICA

A bagaça de Bruno Batista: boa de se ver, ouvir e dançar

Bruno Batista liderou um time de talentosos artistas, com uma banda impecável e participações mais que especiais

O bom da vida é de graça, já diria Marcelo Jeneci. Ele, aliás, é um símbolo de uma geração de artistas que enobrecem a música brasileira. Bruno Batista integra esse time. E ontem experimentou e comprovou a tese do cantor e compositor paulistano, com seu show no Mandamentos Hall, de entrada franca. Bagaça foi o título da noite. E é também o nome do novo álbum do artista maranhense.
Com personagem, estilo e muita técnica, ele destilou poesia e malemolência, numa mistura meio maranhense, meio pernambucana, meio paulistana e muito caribenha. O resultado não poderia ser outro: uma bagaça boa de se ver, ouvir e dançar. E o Mandamentos Hall, ponto de encontro de funkeiros e dos universitários do sertanejo, renovou seu público. Ao menos por algumas horas.
Bruno Batista liderou um time de talentosos artistas, com uma banda impecável e participações especiais daqueeeelas. O duo Criolina (Alê Muniz e Luciana Simões) subiu ao palco para cantar “Latino Americano”, canção que os três compuseram juntos. “A gente dá pé”, falou Bruno, antes de botar todo mundo pra dançar.
Flávia Bittercourt teve o momento dela. Muito justo. Um solo no piano releu a bonita “Sobre Anjos e Arraias”, do segundo álbum de Bruno, “Lá”. E relembrou também como ela canta e encanta com sua voz firme e suave.
A competente banda Pedeginja abriu a noite, agradou seu público presente e impressionou os desinformados, que se olhavam e repetiam: “Essa banda é massa. Não conhecia”. Nas picapes, dois baitas pesquisadores da música brasileira, os DJs Pedro Sobrinho e Franklin, completaram a festa.
Com essa trupe, a Bagaça estava formada. E foi se construindo logo no início, quando Bruno abriu o show com a música título do álbum e da festa. Já mostrou a que veio e o público correspondeu. Confiante, simpático e à vontade, ele abriu o passeio por sua carreira, num repertório feito para exercitar os cerca de 600 quadris ali presentes.
Teve canções de “Bagaça” e também de “Lá”, “Eu não sei sofrer em inglês” e o homônimo Bruno Batista, os quatro álbuns da carreira. Destacam-se: “Nigrinha”, “Blockbuster”, “Guardiã”, “Você não vai me esquecer assim”, “Acontecesse”, “Tarantino, meu amor”, “Nossa Paz, “Sobre Anjos e Arraias” e outras. Traduzindo: só as boas.
No fim, um momento histórico, diríamos. Num bis improvisado e sincero, Alê, Luciana, Flávia e Bruno reverenciaram o maestro Papete a quatro vozes, cantando “Dente de Ouro” pra fechar a noite com chave de ouro.
E assim acabou a bagaça. Marcelo Jeneci, amigo de Bruno e músico de um dos seus álbuns, se estivesse no Mandamentos ontem, sairia certo de que sempre esteve certo: o bom da vida é mesmo de graça. Que venham outras bagaças boas como essa.
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