De poesias inéditas reunidas desde 2009 surgiu A Centelha de Eros, primeiro livro do músico e estudante de Direito, Felipe Sampaio, que traz fagulhas para uma imersão no sentido da palavra. O trabalho foi lançado no último sábado, 14, na Livraria Themis (Monumental Shopping).
Até então, o autor percorre três distintas fases. No início, um romantismo ingênuo, feroz e sedento. Mergulha, em seguida, nos emaranhados trilhos da eterna busca do autoconhecimento, para, em seguida, desaguar na percepção da vida como ela é: bela em todas as suas mais sutis manifestações. A obra dialoga constantemente com estímulos sensoriais dos opostos, de modo que, transitando entre extremos, vislumbre, antes de tudo, a edificação individual como pressuposto necessário para a construção da harmonia social.
“Harmonia. Essa é a palavra que define tudo para essa imersão no cotidiano, das coisas como elas são, do jeito de ser, de se expressar. Harmonia é a palavra chave”, ressalta o autor.
O livro, segundo o autor, nasceu como um despertar, onde passado, presente e futuro se confundem, formando corrente cujas temáticas puxam-se umas às outras até desembocarem em Eros. Liberto, o anjinho saliente inicia a voar e atirar suas flechas nas pessoas e nas coisas do mundo, conquistando-as e confidenciando-lhes as maravilhas da centelha.
Ao abrir o livro, uma informação faz querer ir além e buscar o que esse novo autor quer mostrar em seu trabalho: “eu sou a véspera do sentido” é o início do mergulho em poesias singelas ao mesmo tempo em que aponta o olhar cuidadoso que tem o autor sobre o cotidiano.
“A ideia, às vezes do poeta, mas do autor, é não conceber a Poesia como a arte pela arte, mas a arte como meio cujo fim é a harmonia social; a janela que incita a comunicação entre os seres humanos; o meio que lhes oferece um horizonte comum a ser enxergado pelo simples fato de que a experiência pode ser comum a todos. E a única função do poeta é acender a fagulha da percepção, de modo a permitir que brilhe, em todos, a centelha da criação”, diz.
O livro tem poesias dedicadas a Olavo Bilac, a Noel Rosa, a Manoel Bandeira e Castro Alves, a figuras femininas, por exemplo, e finaliza com uma parte definida como Eros, com poesias um tanto picantes.
A Centelha de Eros é o livro de estreia de Felipe, que se diz escritor porque escreve, se dedica, mas também tem na música outra forma de se expressar. O artista está em fase de mixagem do primeiro disco, que mescla rock, reggae e samba, fazendo surgir uma nova linguagem inspirada nesses estilos.