ESPORTES RADICAIS

Conciliando o trabalho com esportes radicais

Mulheres tem aliado a rotina de trabalho aos esportes radicais na busca por novos desafios e satisfação pessoal

Aos 31 anos, a arquiteta e urbanista Grace Dantas divide o tempo com astucia e faz o que muita gente gostaria de praticar na rotina, mas nem sempre é possível. Ela consegue dividir o tempo entre trabalho e esportes radicais.
A lista de atividades que a arquiteta adora é extensa e incluí: kitesurf, stand up paddle, rallys 4 x 4 de carro e de quadriciclo, trilha a cavalo e patins.
Arquiteta e urbanista Grace Dantas

“Faço bastante coisa (risos). Gosto de estar sempre em movimento e aprendendo coisas novas. Só não me aventuro ainda com altura, tenho muito medo, mas fora isso, todas as outras atividades são interessantes pra mim”.

Grace conta que começou a praticar o kitesurf há apenas um ano, e que sua família não era a favor da sua escolha por achar perigoso o que fazia. “ Minha família sempre foi contra, achavam perigoso e como não conhecia ninguém que praticasse nenhum desses esportes eles achavam que eu não levaria jeito e não deveria fazer porque acabaria me machucando. Mas sempre tive muita vontade e comecei a procurar escolinhas e conhecer pessoas que praticavam e me apaixonei e nunca mais parei de fazer”, acrescenta.
A paixão é tanta que atualmente ela faz parte de uma equipe feminina da modalidade em São Luís, e está entre mulheres que escolheram os esportes radicais como hobby. “Sempre gostei muito do mar e adoro a possibilidade de me exercitar e estar em contato com a natureza ao mesmo tempo. Primeiro veio o stand up, mas com o tempo fui sentindo vontade de fazer alguma coisa com mais emoção, algum esporte que me movimentasse mais e com mais adrenalina, ai fui para o kite”, pontua a arquiteta.
Empresária Teyla Sá

A empresária Teyla Sá, 33 anos, para relaxar escolheu saltar de paraquedas que começou a praticar em 2012, mas confessa que antes de conhecer o paraquedismo nunca tinha feito esportes radicais e tão pouco tinha o espírito aventureiro. No caso dela foi a curiosidade que falou mais alto e a envolveu em um jantar com amigos que já praticavam essa modalidade.

“Em 2011/2012 fui com uma amiga à pizzaria e chegou um instrutor de paraquedismo e começou a falar sobre o esporte. Eu disse naquele momento que não tinha coragem, mas acabei ficando curiosa para saber como funcionava tudo. Após alguns dias e um filme (risos), desmarquei todos os compromissos e saltei pela primeira vez”, conta Teyla.
Nos anos seguintes a empresária dividia o tempo entre o trabalho e os voos para poder saltar de paraquedas. Mesmo sem seus pais aceitarem a escolha. “Meus pais sempre foram contra. Eles viram um acidente com o esporte aqui na capital e nunca gostaram que eu o tivesse escolhido. Algumas vezes eu dizia que ia viajar a trabalho só para saltar de paraquedas, mas eles sempre descobriam quando eu voltava toda feliz e animada”, lembra.
E acredite que essa empolgação de Grace e Teyla, não é a toa. Pessoas que se aventuram são mais felizes, como explica a psicóloga Evelyn Lindholm. “Temos que lembrar que as grandes descobertas da humanidade ocorreram porque uma pessoa ou um grupo de pessoas resolveram se aventurar, buscando novos horizontes, experiências e metas, desta forma crescemos como sociedade e indivíduo, aventurar-se tem muitas funções, desde a busca por novos conhecimentos até questões de sobrevivência, a felicidade, nestes casos, está muito ligada a superar limites, desafiar a própria mortalidade, aprender novas coisas, bem como aproveitar a liberação de hormônios que causam a sensação de invencibilidade, força e coragem”.
Os esportes radicais estimulam homônimos que tem relevância significativa no corpo e auxiliar no potencial de defesa em situações de risco, por exemplo. “Hormônios como a adrenalina e a noradrenalidade tem um papel fundamental na realização e satisfação causada pela prática de esportes radicais, no entanto temos que perceber que estes mesmo hormônios são usados pelo corpo para nos preparar para um perigo iminente e ou situação de risco. Exercitar estes hormônios pode nos ajudar a regular isso de forma mais eficiente”, pontua.
Arquiteta e urbanista Grace Dantas

Hoje a arquiteta Grace Dantas já começa a colecionar medalhas. Como o primeiro lugar no stand up padlle no Circuito Maranhense de Maratonas Aquáticas e a medalha de bronze no Rally Maranhão 4×4, em 2015.

Já a empresária Teyla Sá, coleciona o lindo visual das cidades por onde passou saltando de paraquedas como São Luís, Imperatriz, Riachão e Boituva no interior de São Paulo. Atualmente ela tem a experiência de 30 saltos de paraquedas, mas teve que se afastar do esporte desde que teve cinco fraturas no pé esquerdo após um pouso mal executado. Ela garante que pretende voltar a praticar assim que estiver recuperada. “Vontade de voltar é o que não falta em mim. Sonho com isso todos os dias”, conclui.
Saiba mais
Qual o papel do homônimo adrenalina?
“As atividades físicas em geral são boas, pois trabalham um número significativo de músculos, diminui o risco de certas doenças. Elas aumentam a longevidade e dependendo da atividade melhoram a condição motora, movimentos, concentração, equilíbrio entre outros benefícios”.  – Psicóloga, Evelyn Lindholm
Quais os riscos na prática de esportes radicais?
“O principal perigo destas práticas está na autoconfiança exacerbada, pois a prática aumenta a sensação de invencibilidade e deixa o praticante com a sensação de que nada dará errado, no entanto se esquece que normalmente práticas de risco e o índice de sobrevivência ou de danos permanentes ou não, está intimamente ligado ao cuidado e a revisão de procedimentos e equipamentos, bem como o ato de não ignorar o medo, muitas vezes mascarado pela adrenalina, pois nosso receio é um bom regulador de ações potencialmente ariscadas, no entanto ele vai diminuindo conforme a prática constante destas atividades”. – Psicóloga, Evelyn Lindholm
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