CASAMENTOS

Cerimônias e festas cada vez mais diversas

Cerimônias ganham a cara dos noivos, sejam eles descolados, roqueiros, hippies… E o dia se torna ainda mais importante para eles

Casar-se nunca sai de moda, mas as cerimônias e as festas estão cada vez mais diversas. O modelo tradicional — igreja, orquestra, vestido de princesa — dá agora espaço para outras formas de celebração. Cerimônias ganham a cara dos noivos, sejam eles descolados, roqueiros, hippies… E o dia se torna ainda mais importante para eles.
O cerimonialista César Serra, no negócio há 32 anos, acredita que a possibilidade de se fazer casamentos tão diferentes surgiu com a mudança do perfil dos noivos. “Antes, as pessoas se casavam muito novas, com 19 anos. A mãe resolvia tudo. Hoje, a faixa etária vai de 25 a 40 anos. Elas já se formaram, já têm um emprego, querem a personalidade delas no casamento”, analisa. Segundo o profissional, 70% dos casamentos são pagos inteiramente pelos noivos. Não é à toa que não querem uma cerimônia padrão.
Mudou também o perfil dos fornecedores, agora mais preparados para lidar com diferentes estilos. Os convites não são padronizados como antes. Alguns já nem incluem o nome dos pais, como se fazia. Há convites rústicos, coloridos, desenhados. Foi pensando nisso que a publicitária Valéria Silveira e a designer Pamella Maia criaram a Lollilove, empresa de convites. “Os noivos querem as coisas mais a cara deles. Mesmo que seja uma megafesta, os detalhes trazem esse ar mais íntimo, que mostra que os noivos participaram de tudo e estão cheios de carinho pelos convidados”, explica Valéria.
Quatro em um
A começar pela quantidade de noivos envolvidos, o casamento de Carla Monza, 29 anos, designer de interiores e estudante de arquitetura, com o advogado Thadeu Alencastro, 31, e da cientista Paula Souza, 31, com Felipe Franco, 32, analista de sistemas, foi diferente e emocionante. Em vez de um só casal, dois. Paula já estava noiva há quase dois anos quando a irmã mais nova foi pedida em noivado.
Carla não queria esperar tanto até o grande dia e pretendia se casar em um lugar diferente. A cerimônia e a festa dos dois casais foi a primeira a acontecer na Mansão dos Arcos, casa projetada pelo arquiteto João da Gama Filgueiras Lima, o Lelé. “Eu estava em uma festa lá, do Festival de Cinema de Brasília, quando pensei: “Quero me casar aqui”. Entrei em contato com os donos e eles toparam, mas me deram uma data limite porque a casa estava à venda”, conta.
A mãe de Carla adorou que a data escolhida coincidia com o dia de Santo Antônio, mas se preocupou de Paula ficar chateada da mais nova “furar a fila”. Na época, Paula estava terminando o doutorado, sem tempo para nada. Carla, então, teve a ideia fazer um casamento coletivo. Sabendo da agenda lotada da irmã e se considerando uma pessoa prática, ela organizaria absolutamente tudo. “Eu ia a degustação sozinha e as pessoas estranhavam, mas os três estavam trabalhando muito, minha mãe também, e não era um problema pra mim”, conta Carla.
A organização unilateral talvez não tivesse dado tão certo se o estilo das duas não fosse tão parecido. Em vez de véu e grinalda, ambas usaram uma coroa de flores. Em vez de chegarem à cerimônia em um carro de luxo, foram de kombi. Paula até queria dirigi-la, mas o dono não permitiu. Prestes a estacionarem na mansão, as duas receberam uma foto da mesa de doces. A primogênita se surpreendeu: “Nosso bolo é cinza? Que lindo!”. “Você não sabe nem a cor do nosso bolo?”, brincou a outra. A cor é uma das favoritas das duas.
Semelhanças de estilo à parte, foi na escolha dos vestidos que cada uma se destacou. Paula escolheu um estilo mais princesa, com o busto justo e a saia rodada. Carla brinca que a irmã queria que fosse ainda mais cheio, mas ela proibiu. Já o de Carla era uma blusa de renda e uma saia. “Já usei a blusa várias vezes depois do casamento”, conta.
Para agradar a Thadeu, além das entradas dos pais, dos padrinhos e das madrinhas, houve o desfile do labrador da família, Barney. Foi a única coisa que ele pediu. Para alguns cerimonialistas, a entrada de um cachorro é polêmica, mas deixa o momento muito mais especial. Como os quatro gostam muito de festa e Felipe, em especial, de axé, contrataram a banda Camafeu, uma das mais requisitadas em casamentos. Para a surpresa dele, um grupo de percussão também apareceu no meio do evento.
Na decoração, quase tudo pertencia à família das noivas. Carla foi perfeccionista nesse ponto. Contratou uma pessoa que fazia cenografia, com a qual se encontrava cerca de duas vezes por semana, e passou a planta da mansão toda para o programa Autocad. Tudo para que a energia do casamento fosse boa e combinasse com ela, com a irmã, com Thadeu e com Felipe.
É claro que o casamento à moda clássica ainda inspira, enche os olhos e é o sonho de muitas mulheres. Prova disso é a união entre a empresária Camila Nereu, 25 anos, e o engenheiro Emmanuel Sarkis, 29. O evento na Catedral Metropolitana de Brasília ficou famoso na cidade, quase como se fosse público. Com todo o glamour da cerimônia, evidente nas fotos, fica até difícil imaginar os dois dormindo em uma fila para conseguir uma data na tão disputada igreja.
O estilo dos dois pedia um casamento moderno, mas, ainda assim, no modelo tradicional. O vestido, o véu e a grinalda de Camila eram dignos de uma princesa. O buquê era branco, como toda a decoração. No salão que abrigou a festa, enormes lustres. Na mesa de doces, um enorme bolo, também branco. “Eu não pensava muito em qual seria o estilo do meu casamento, mas começamos a organizar e nossas escolhas levaram mais para esse lado. Acho que somos mais clássicos mesmo”, afirma Camila.
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