Foto: Divulgação.
Carol Mendes e Fê Lemos preparam lançamento de 'Amor vagabundo', álbum em que ela canta, ele toca e ambos assinam as letras
Ainda no final da década de 1980, o baterista do Capital Inicial Fê Lemos começou a compor música eletrônica. Surfou a primeira onda com os equipamentos que tinha disponíveis. Vieram os anos 1990, os programas para computador e ele continuou sua pesquisa.
Somente em 2005 veio o álbum de estreia de seu projeto paralelo. ‘Hotel básico’ trazia quatro cantoras, entre elas, Deborah Blando. Fê saiu em turnê, sempre que a agenda do Capital permitia. Ao longo dos últimos dez anos, continuou compondo. Mas, desta vez, resolveu fazer diferente.
Com uma só cantora, Carol Mendes, sua parceira em boa parte das 11 canções, lança seu segundo álbum, ‘Amor vagabundo’. O Hotel Básico que deu título ao primeiro CD acabou nomeando o projeto da dupla, que ganha edição independente pelo Qualé Cumpadi! Discos, selo do próprio Fê.
“Escrevo letras desde o fim do Aborto Elétrico (banda que teve em Brasília com Renato Russo), o primeiro repertório do Capital é baseado nas minhas letras. Só que, a partir do ‘Acústico’ (2000), o Dinho (Ouro Preto) passou a centralizar a composição do Capital Inicial”, conta Fê.
Diante disso, seu lado autor acabou se voltando para o projeto bissexto. Num primeiro momento, Fê se reuniu com o produtor Franco Júnior para transformar as bases que havia produzido em algo mais melodioso. “Quando a Carol entrou no projeto, mostrei as letras para ver o que ela se sentia confortável para cantar”, conta Fê. Além de colocar voz, a cantora acabou dando seus pitacos na autoria. “Curioso que, juntando o material, fui vendo a cara dele, uma coisa mais noir, escura. As músicas não são de alegria, mas canções melancólicas, sobre perdas, ilusões”, aponta.
Com a agenda apertada do Capital, o Hotel Básico teve que se adequar ao pouco tempo livre de Fê. ‘Amor vagabundo’ (também nome de uma das canções) levou vários anos para ser concluído. Agora que o CD está pronto (ainda neste mês as músicas serão lançadas nas plataformas de streaming), ele planeja criar uma banda (já que tocou a maior parte dos instrumentos) para a partir daí começar a fazer shows. “Antes, a gente montava uma banda, ensaiava e depois ia gravar. Hoje, gravamos para depois criar a banda”, observa Fê, com a experiência de quem já viveu diferentes fases da música pop no Brasil. (MP)
Capital Inicial
Divisor de águas na carreira do Capital Inicial, o ‘Acústico’ (2000) vai ganhar uma sequência. Gravado em junho no Terminal 5, em Nova York, o ‘Acústico 2’ será lançado após o Rock in Rio. Produzido por Liminha, o novo trabalho vai trazer um repertório composto por canções lançadas nos últimos 15 anos.