Santiago – Nessa quinta-feira é dia da estreia mundial de ‘Os 33’, filme dirigido pela mexicana Patricia Riggen que conta a história do deslizamento que deixou 33 mineiros presos no fundo da mina San José, no deserto chileno do Atacama, por 69 dias. Protagonizada por Antonio Banderas e com o brasileiro Rodrigo Santoro em um de seus principais papéis, a produção de Hollywood desagradou aos trabalhadores que viveram a tragédia na pele, há cinco anos.
“Não vou participar deste show”, afirmou o mineiro Luis Urzúa, chefe de turno naquele 5 de agosto de 2010, referindo-se à sessão marcada para hoje, em Santiago do Chile. “A realidade é diferente. Prefiro não estar lá, porque o que preciso é recuperar os direitos da minha história”, disse.
Poucas semanas depois de ser resgatados, em outubro de 2010, os 33 trabalhadores fizeram um acordo para ceder os direitos de sua experiência para um filme e um livro. “Não sei se concordo com o acerto. Temos que esperar que o filme saia e ver como ficamos”, declarou Carlos Barrios, outro integrante do “grupo dos 33”.
Mario Sepúlveda – interpretado por Banderas – diz que alguns companheiros recuaram no acerto. “Este é um negócio. Uma vez que começa a dar frutos, supõe-se que deva começar a dar lucro para cada um dos nós”, observou.
Há algumas semanas, parte dos mineiros e suas famílias assistiram ao longa-metragem. Houve choro e muitos conseguiram se reconhecer na telona.
“O filme é forte. Para nós é difícil, pois fomos nos lembrando de tudo. Alguns choraram”, disse Barrios. “Está extraordinário, lindo, e nos deixa muito bem como país”, elogiou Mario Sepúlveda.
O filme foi produzido pelo norte-americano Mike Medavoy, indicado ao Oscar, em 2011, por ‘Cisne negro’. A produtora Alcon Entertainment comprou os direitos de distribuição nos Estados Unidos, onde a estreia está programada para 13 de novembro.