RESSOCIALIZAÇÃO

Projeto musical faz concerto de música erudita para detentos

IV Festival de Música Barroca de Alcântara leva o estilo musical clássico em parceria com a Sejap

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Internos do sistema penitenciário do Maranhão puderam assistir a um concerto de música erudita dentro de um presídio. Ocorreu na quarta-feira, dia 22, na Penitenciária de Pedrinhas, durante a apresentação do IV Festival de Música Barroca de Alcântara. A iniciativa foi uma parceria do Governo do Estado, através da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Sejap), com o projeto musical Festival de Alcântara.

O concerto de músicas barrocas e pré-barrocas teve como tema, “A música no tempo das missões jesuítas”. A orquestra foi composta por jovens músicos que, além de tocar, cantaram e teatralizaram. O diretor do festival, Bernard Vassas, ressaltou que promover a música erudita dos séculos XVII e XVIII para internos é uma oportunidade para que eles possam ter contato com um novo estilo musical pouco conhecido.
“Queremos fomentar novas plateias e os internos de São Luís podem ampliar os horizontes com músicas eruditas. Eles devem ter contato com músicas diferentes, pelo menos uma vez na vida. Sem dúvida, uma iniciativa louvável”, disse Bernard Vassas, elogiando a inciativa do governo estadual, que é umas das ações do governador Flávio Dino com intuito de promover a reintegração social do apenado, por meio dos trabalhos da Sejap.
O interno Micaro Aguiar, de 38 anos, relatou que foi a primeira vez que teve contato com a música barroca, e que a apresentação lhe despertou a curiosidade para o estilo musical. “Eu vejo que é muito importante esse contato como a música barroca, pois é bem diferente das músicas que normalmente escuto. Também pude perceber em toda a apresentação que as músicas tocadas trazem um sentimento em cada nota. Muito interessante”, avaliou o interno.
Para a superintendente de Humanização Penitenciária da Sejap, Kelly Carvalho, a música possui a capacidade de minimizar as tensões e, por este motivo, é fundamental que sempre hajam atividades voltadas aos internos que trabalhem com algum tipo de melodia. “Podermos incluir uma programação de música barroca para os internos. É fundamental, pois está sendo apresentado um estilo que eles não estão habituados a ouvir”, lembrou a superintendente.

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Ressocialização

Quem prestigiou os encarcerados foi à ministra da Embaixada do Paraguai, Cynthia Filátiga. Segundo ela, no Paraguai são idealizados projetos semelhantes para quem é privado de liberdade. “Na música é transmitida a espiritualidade e uma oportunidade de desenvolvimento humano. Por isso é relevante que existam projetos musicais nas penitenciárias, pois a música é uma das grandes precursoras da ressocialização”, afirmou Cynthia Filátiga.
O secretário adjunto de Segurança Penitenciária, João Francisco Rodrigues, informou que existe um projeto de implantação de música clássica nas unidades prisionais do Maranhão, e que o modelo seguido será justamente o desenvolvido nas prisões do Paraguai. “O Governo do Estado nos deu um grande apoio para que essa apresentação acontecesse. Estamos surpresos com a receptividade dos presos com a música barroca”, disse Rodrigues.
O secretário da Sejap, Murilo Andrade de Oliveira, avaliou o evento como uma oportunidade de o Estado mostrar que tem tratado o detento de forma humana e do próprio interno perceber que há de fato um trabalho sério que visa a sua reintegração social. “Os esforços da gestão Flávio Dino demonstram que não estamos aqui para afastar o preso da sociedade, mas para aproximá-los de todos, neste caso, da cultura”, lembrou o titular da Sejap.
 
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