Há limites para o humor ou vale tudo em nome da liberdade de expressão?
Discussão sobre o humor que utiliza sátiras relacionadas ao preconceito é constamente alvo de debates
Através das redes sociais e outros artifícios da internet, a possibilidade de fazer piada a qualquer hora e com qualquer assunto se tornou mais viável. O humor é o espelho social mais fidedigno que existe. Ele apenas acompanha as tendências socioculturais e reflete os padrões, pensamentos, atitudes e preconceitos que as pessoas têm e, por muitas vezes, ocultam. Rafinha Bastos é um exemplo impossível de não ser mencionado. Humorista polêmico, já teve que responder por muitos processos judiciais em resposta a suas piadas. Rafinha tornou-se famoso por tiradas que comentavam sobre vítimas de estupro, deficientes mentais e até sobre o episódio onde alegou que “comeria até o bebê dela”, referindo-se ao filho de Wanessa Camargo.
Quem conta “piadas” que ultrapassam o limite do bom gosto diz ser adepto do politicamente incorret e alega que toda forma de censura é abominável. O documentário “O Riso dos Outros”, produzido para a TV Câmara, discute a partir de entrevistas com humoristas como Danilo Gentili e Rafinha Bastos, o cartunista Laerte, o escritor Antonio Prata e o deputado federal Jean Wyllys, o limite entre a comédia e a ofensa, a liberdade de expressão e o respeito à dignidade alheia. O filme foi dirigido e roteirizado por Pedro Arantes, de séries de humor como “As Olívias”, do canal Multishow, e “Vida de Estagiário”, da TV Brasil, e está fazendo sucesso pela rede.