Foto: Nael Reis.
O fundador e diretor do Festival, Bernard Vassas, frisou que o Festival visa promover a música erudita dos séculos XVII e XVIII.
O Convento das Mercês sediou, na tarde desta segunda-feira (20), um das apresentações da 4ª edição do Festival de Música Barroca de Alcântara, que atualmente passa por São Luís. O auditório do prédio histórico ficou lotado do mais diversificado público, que foi contemplar de perto o festival de música erudita. O evento ainda foi importante para que a comunidade do Desterro, onde fica o Convento, pudesse conhecer mais sobre a estética musical e história da música barroca.
O diretor interino e chefe de Projetos Sociais da Fundação da Memória Republicana, Paulo Roberto Melo Sousa, destaca que o tema desta edição do evento, “A música no tempo das missões jesuítas”, tem tudo a ver com o patrimônio histórico colonial do Maranhão e, sobretudo, com o Convento das Mercês, onde o padre jesuíta Antônio Vieira proferiu célebres discursos no século 17.
Durante a tarde, além do seminário “Integração social e música erudita: Experiências modelos na América Latina”, o convento recebeu concertos de música Barroca, com um convidado especial, a Banda de Música do Bom Menino, uma Organização Não Governamental localizada há duas quadras do Convento das Mercês que oferece aulas de música para crianças e adolescentes do Desterro.
Para Paulo Melo esta foi uma importante oportunidade de integração entre os alunos da Banda do Bom Menino com a música erudita produzida em diversos cantos do mundo. Os aprendizes maranhenses puderam contemplar e se apresentar para músicos de países como Paraguai, Venezuela e Cuba.
“Temos uma responsabilidade social com a população do entorno, e a Banda do Bom Menino, apesar de são ser vinculada ao Convento das Mercês, nem a Fundação da Memória Republicana Brasileira, está localizada aqui perto, esteve aqui participando do evento. O Convento está aberto para que esses jovens possam usufruir deste espaço”, destacou Paulo.
O fundador e diretor do Festival, Bernard Vassas, frisou que o Festival visa promover a música erudita dos séculos XVII e XVIII, além de fomentar o potencial turístico das cidades que acolhem o evento. Os locais escolhidos possuem importantes monumentos coloniais, edificados durante o período histórico (no Maranhão o evento passou pelas cidades de Alcântara, São Luís, Rosário e Bacabal). E é uma boa oportunidade para a população destas cidades conhecerem mais sobre a história local e sobre a história da música.
“O Maranhão é um estado histórico, importante e com grande patrimônio e, por isso, parecia importante conjugar esse passado arquitetônico com a música que dá vida de novo a esse patrimônio. Fazer música erudita no Maranhão também implica um sentido pedagógico e social muito importante porque boa parte da população, infelizmente, não tem essa formação clássica”, explica Bernard Vassas.
A estudante de violino da Escola de Música Lilah Lisboa, Cristiana Muriel, enalteceu o momento. “Esta é uma forma de incentivar a população de São Luís para conhecer melhor sobre a música, que tem um potencial muito de grande de ocupar, tirar da criminalidade e dar novos rumos”, defendeu Cristiana, emocionada com as apresentações de música Barroca.
A 4ª edição do Festival de Música Barroca de Alcântara é uma realização da Equinox do Brasil, com a apoio do Governo do Estado, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Escola de Música Lilah Lisboa, e a Universidade Federal (UFMA) e a Universidade Estadual do Maranhão (Uema).
Em São Luís, o Festival ainda acontece nesta terça-feira (21), a partir das 19h30, no Teatro Arthur Azevedo, onde terão os concertos das orquestras Zarabanda, da Venezuela, e Paraguay Barroco, do Paraguai. A entrada é gratuita.