MÚSICA

Confira os discos recém-lançados que mais agradaram em 2015

Confira seleção dos discos que mais repercutiram (até agora)

O ano de 2015 já passou da metade e é possível avaliar o que o mercado fonográfico apresentou de interessante até agora. Nesta página, selecionamos discos que se destacaram nos últimos meses, tanto pela qualidade quanto pela repercussão, no Brasil e lá fora. Pelo menos em nosso país, as mulheres apresentaram os trabalhos mais consistentes. Gal Costa, Maria Gadú e Tulipa, cada uma a sua maneira, tentaram subverter a lógica de seus projetos anteriores e a presentaram novas facetas. Entre os gringos, Florence + The Machine e Kendrick Lamar estão entre os destaques. Confira a lista.
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Gal Costa – Estratosférica
Lançamento Sony Music, 14 faixas. Preço médio: R$ 24,90.
O disco mais recente da baiana Gal Costa não é uma unanimidade. Por que, estão, colocá-lo em uma lista que pretende apresentar o melhor produzido ao longo do ano? Uma das maiores cantores de sua geração, Gal tropeçou em vários momentos de sua trajetória artística. Em Estratosférica, se ela não nos brinda com o melhor que sabemos que é capaz de oferecer, pelo menos há uma tentativa de sair da zona de conforto. Idealizado pelo jornalista Marcus Preto e produzido por Alexandre Kassin e Moreno Veloso, o disco resgata certa ousadia ao escolher uma boa safra de composições inéditas.
Maria Gadú – Guelã
Lançamento Som Livre, 10 faixas. Preço médio: R$ 24,90.
Para Maria Gadú, toda sonoridade deve ser amplificada. O conforto e mesmice não a atraem. “Tudo é uma grande experimentação”, afirmou, em entrevista ao Correio. Tese que levou ao pé da letra no álbum lançado em maio. A paulistana se desprende de rótulos e, em Guelã, produzido em parceria com Federico Puppi, mostra uma face mais sombria se comparada a solar Shimbalaiê, que a projetou nacionalmente. Rico em texturas, como os arranjos de violino e riffs de guitarra, o terceiro disco solo da intérprete e compositora é resultado de dois anos de pesquisa de novos timbres.
Cícero – A praia
Lançamento Deck Disc, 10 faixas. Preço médio: R$ 24,90.
O terceiro disco do cantor e compositor carioca Cícero continua apresentando a mesma sonoridade mostrada nos primeiros trabalhos. No entanto, são nas letras que embalam a moderna MPB com sugestões de indie rock que se percebe a sua evolução. Em A praia, Cícero retoma temas abordados nos primeiros álbuns e, de certa forma, os conclui. Temas como a carreira de advogado, largada em função de viver o sonho da música, são cantados de forma poética, e embalados por elementos eletrônicos e instrumentos como o trombone, trompete e violino.
Alabama Shakes – Sound & Color
Lançamento Ato Records, 12 faixas. Preço médio: R$ 29,90.
A síndrome do segundo disco não atingiu a banda americana Alabama Shakes. Com som que mistura de forma poderosa e equilibrada referências do rock, blues, soul e country, o grupo alcançou o disco de ouro em 2012 e três indicações ao Grammy no elogiado Boys & Girls. Três anos depois, repetem o sucesso em Sound & Color, primeiro colocado nas paradas da Billboard na semana de lançamento, em abril. O disco “estranho”, nas palavras da vocalista Brittany Howard, foi visto como obra-prima por Adele. Não faltam na lista Robert Plant, Alex Turner e Jack White.
Kendrick Lamar – To pimp a butterfly
Lançamento Top Dawg/Aftermath/Interscope, 16 faixas. Preço médio: US$ 13,69 (ainda não lançado no Brasil)
Para as pessoas que acompanham o hip-hop americano à distância, o gênero pode parecer machista e materialista, impressão até próxima da realidade em certos casos. Porém, desde que lançou o primeiro álbum, good Kid, M.A.A.D City, em 2012, Kendrick Lamar demonstrou ser um ponto fora da curva no universo do rap. O jovem artista narrou a vida no bairro pobre de Compton, em Los Angeles, onde nasceu e cresceu. Esses sentimentos e a preocupação lírica estão presentes no segundo disco, To pimp a butterfly, trabalho que Kendrick usou para expôr visões que vão além do seu bairro, como a explosão de violência racial contra jovens negros nos Estados Unidos e visões melancólicas sobre a fama.
Florence + The Machine – How big, how blue, how beautiful
Lançamento Universal Music, 16 faixas. Preço médio: R$ 47,90
No cenário musical atual, as divas do pop, como Beyoncé, Rihanna, Taylor Swift e Katy Perry, comandam o show. No entanto, com o lançamento do disco How big, how blue, how beautiful, Florence e sua banda, The Machine, demonstraram ambição e talento suficientes para representar o bom e velho rock n’ roll. Após conquistar os fãs do indie rock com vocais potentes e um visual que lembra outras rainhas do rock como Stevie Nicks e Janis Joplin, a encantadora ruiva Florence Welch mostrou desenvolvimento também como compositora ao falar de forma aberta sobre o traumático fim de relacionamento. Com produção do experiente Markus Dravs e uma banda mais afiada que nunca, o resultado foi um autêntico e elogiado disco de rock.
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Virgínia Rodrigues – Mama Kalunga
Lançamento Tratore, 13 faixas. Preço médio: RS 25,90.
A cantora baiana Virgínia Rodrigues está bem longe de ser superconhecida do grande público. Por isso, é importante, vez ou outra, lembrar de seu nome – sobretudo diante do belíssimo álbum lançado por ela este ano. Mama Kalunga, quinto álbum da intérprete, produzido pelos compositores Sebatian Notini e Tiganá Santana, é um encontro das artistas com suas raízes africana. A negritude se expressa desde o canto forte de Virgínia até as canções escolhidas para o repertório, a maioria criada por compositores negros, como Abigail Moura, Geraldo Filme, Ederaldo Gentil e Paulinho da Viola.
Tulipa Ruiz – Dancê.
Pommelo Distribuição e Natura Musical, 11 faixas. Preço médio: R$ 30.
O terceiro disco da cantora mostra uma nova fase da carreira ao abandonar a linearidade anterior para assumir um som mais agitado. As letras, todas de autoria de Tulipa Ruiz, são mais leves. Além do som de ótima qualidade, o CD se destaca pelo fato de o álbum ser ouvido faixa por faixa, porque existe uma empatia por camadas. Primeiro, você se relaciona com a sonoridade dançante de Promo até Jogo do contente e, depois, a partir de Virou, com as letras encorpadas. Além disso, o encarte utiliza uma técnica de movimentos nas ilustrações, o que faz com que você queira guardar a versão física.
Chitãozinho & Xororó – Tom do sertão
Lançamento Universal Music, 14 faixas. Preço médio: R$ 21,90.
Muita gente torceu o nariz quando ouviu que a dupla gravaria um CD apenas com faixas do compositor Tom Jobim. No entanto, logo a primeira audição, os sertanejos mostram que fizeram jus aos clássicos do maestro. O álbum traz desde clássicos, como Águas de março e Chega de saudade, a canções “lado b”, como Chovendo na roseira e Estrada branca. Sem descaracterizar as composições de Tom, Chitãozinho & Xororó deram as faixas uma roupagem sertaneja, que, em alguns momentos, parecem ter sido escritas exatamente para eles.
Mark Ronson – Uptown special
Lançamento Sony Music, 11 faixas. Preço médio: R$ 29,90.
Depois de um tempo longe dos holofotes, o produtor demonstrou que voltaria com tudo assim que lançou o primeiro single Uptown funk, gravado com o cantor Bruno Mars. A canção estourou, se tornou uma das executadas no mundo e serviu para dar um gosto do viria em Uptown special. O álbum traz uma sequência de parcerias que chamam atenção, como a presença de Stevie Wonder em Uptwon’s first finale e Crack in the pearl, Pt. II. O disco é um retorno aos anos de ouro da black music com uma pegada de música eletrônica.
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