Banda do filho de Caetano Veloso faz rock progressivo envolvente e vigoroso
Tom Veloso é o compositor da Dônica, que lança o primeiro disco
Por: André Nadler
É difícil, à primeira audição, tentar decifrar a proposta sonora da banda carioca Dônica. Mas uma coisa é certa: ela é envolvente, convidativa. No recém-lançado disco de estreia, Continuidade dos parques, as faixas entrelaçam-se umas nas outras e prenunciam um trabalho muito bem cuidado. E, apesar de trazer em si ecos explícitos do passado, o álbum soa jovem, vigoroso. Talvez porque os cinco integrantes do grupo tinham, em média, 18 anos de idade.
Um deles é Tom Veloso, filho de Caetano. O parentesco ilustre chamou a atenção da mídia e colocou os holofotes do público sobre os rapazes. A empresária deles é Paula Lavigne, mãe de Tom e ex-mulher do baiano tropicalista. Lavigne tem faro apurado para os negócios e conseguiu logo que a Dônica firmasse um contrato com uma grande gravadora, pulando algumas etapas no chamado caminho das pedras do showbiz.
Mas, apesar de ser impossível falar da Dônica e não citar os pais megafamosos de Tom — que não sobe ao palco, atua apenas como compositor —, os rapazes acreditam que têm muito mais a mostrar. O “cartão de visita” não os incomoda, mas a música, para eles, deve ser a grande protagonista da recém-iniciada trajetória.