MERCADO MUSICAL

Rock perde espaço para o pop, mas continua rentável e revela grandes artistas

Gênero mantém-se rentável em relação a turnês mundiais

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"É impossível falar sobre música americana sem discutir a música negra e sua rebeldia e criatividade. Essas são características que têm apelo junto aos jovens brancos também. Isso e o fato de a música essencialmente ‘branca’ sofrerem de apagões de tempos em tempos tornam o hip-hop impossível de ignorar. Depois do surgimento do Nirvana, aconteceu alguma coisa de realmente interessante no rock? Eu acho que não", afirmava o escritor e ativista Kevin Powell à revista Time ainda no começo da década de 2000.

Embora seja difícil precisar, as lendas da música rezam que foi a banda inglesa The Who, durante a década de 1970, que afirmou pela primeira vez que o rock estava morto. À época, o vocalista Roger Daltrey fez a declaração devido à ascensão de bandas punk como The Ramones e/ou The Clash, que ameaçavam o reinado de Pink Floyd, de Led Zeppelin e do próprio Who. Desde então, a cada gênero, tendência ou movimento que surge, músicos e críticos já se apressam em emitir o atestado de óbito do estilo. O último fascínora do rock foi o baixista do Kiss, Gene Simons, ao dizer em entrevista à revista Squire, no fim do ano passado, que o gênero havia sido assassinado. Após todos esses ataques, as perguntas que ficam, então, são: quem seriam os autores desses crimes? O que faz do rock um alvo tão atraente? E por que o gênero insiste em não morrer?

Um estudo publicado pela University of London e pela Imperial College chegou à conclusão de que o hip-hop, e não o rock dos Beatles e dos Rolling Stones, foi o gênero musical que teve o impacto mais profundo e influente na música pop. De acordo com a publicação, “as bandas britânicas que surgiram nos anos 1960 apenas seguiam tendências já existentes”.
Apesar de a afirmação soar absurda para os fãs apaixonados pelas composições de Lennon & McCartney e Jagger & Richards, ela começa a fazer mais sentido quando se observa o momento atual da música pop. Enquanto as bandas de rock que dominaram o mundo envelhecem e adoecem, o hip-hop e assemelhados não param de se renovar e fabricar artistas que sabem falar a língua dos jovens. Dois exemplos emblemáticos são Kendrick Lamar e J. Cole, que lançaram recentemente singles e um álbum dedicados à onda de violência racial pela qual os Estados Unidos passam recentemente.
“É impossível falar sobre música americana sem discutir a música negra e sua rebeldia e criatividade. Essas são características que têm apelo junto aos jovens brancos também. Isso e o fato de a música essencialmente ‘branca’ sofrerem de apagões de tempos em tempos tornam o hip-hop impossível de ignorar. Depois do surgimento do Nirvana, aconteceu alguma coisa de realmente interessante no rock? Eu acho que não”, afirmava o escritor e ativista Kevin Powell à revista Time ainda no começo da década de 2000.
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