Em 1898, mais precisamente no dia 19 de junho, o cinegrafista italiano Afonso Segreto chegava ao Rio de Janeiro a bordo do navio Brèsil, enquanto registrava, com sua inseparável câmera, a beleza da Baía de Guanabara. Aquele foi o primeiro filme em movimento genuinamente brasileiro, chamado “Vista da baía de Guanabara”. Desde então, a data marca o início do cinema no país.
Alguns historiadores contestam o fato de que Afonso tenho feito as primeiras imagens cinematográficas no Brasil, alegando que, um ano antes (em 1897), na cidade de Petrópolis, alguns filmetes podem ter sido gravados a partir do uso de um modelo de cinematógrafo criado pelo cientista americano Thomas Edison. A despeito de quais tenham sido as primeiras imagens de cinema gravadas no Brasil, o fato é que o sobrenome “Segreto” tornou-se sinônimo do pioneirismo no cinema do Brasil.
Afonso Segreto foi impelido por seu irmão, Paschoal Segreto, que também havia se estabelecido no Brasil, a viajar para vários lugares do mundo a fim de especializar-se nas técnicas do cinematógrafo. Sabemos que as primeiras máquinas produtoras de imagem em movimento datam da segunda metade do século XIX, sendo as mais famosas a de Thomas Edison, já citada, e a dos irmãos Lumière, da França. Paschoal Segreto, que era empresário do ramo do entretenimento, com forte interesse em teatro, logo se interessou também pelo cinematógrafo e acabaria criando a primeira companhia produtora de filmes e a primeira revista especializada em cinema do Brasil.
Com o passar dos anos, o Brasil foi evoluindo e colocando nas telonas histórias que atraíram a atenção de vários cinéfilos do mundo todo. Apesar de que, até hoje nenhum longa brasileiro tenha conquistado o tão cobiçado Oscar, não faltaram prêmios em inúmeros festivais para os filmes brasucas.
O auge da valorização do cinema brasileiro pode ser comparado em números recolhidos em 2013, por exemplo, onde os filmes nacionais bateram recorde com mais de 127 longa-metragens que chegaram às telas, sendo que 9 deles fizeram mais de 1 milhão de espectadores, enquanto 88 foram visto por aproximadamente 10 mil pessoas, de acordo com informações divulgadas pela Agência Nacional do Cinema.
Alguns filmes lançados na primeira década do novo século, com uma temática atual e novas estratégias de lançamento, como Cidade de Deus (2002) de Fernando Meirelles e Tropa de Elite (2007) de José Padilha, alcançaram com eficácia o público no Brasil e tomaram perspectivas de carreira internacional. Segundo o crítico Luiz Zanin Oricchio, “Cidade de Deus”, por sua importância, teria sido o marco final do período conhecido como “a retomada do cinema brasileiro”.
Ainda que tenha gente que torça o nariz para a filmografia brasileira, não podemos negar que o nosso país tem uma gama imensa de ótimos filmes, de longas que marcaram época, que emocionaram, que fizeram rir, aqueles que foram grande bilheterias, que ultrapassaram a barreira nacional e fizeram sucesso até no exterior. Através do drama, comédia, suspense, tramas históricas e policiais, o Brasil prova que não deixa nada a desejar em relação aos outros países quando se trata de produção cinematográfica. Há produção para todos os gostos e entretenimento é o que não falta!
Para comemorar o Dia do Cinema Nacional, O Imparcial elencou abaixo dez trailers de filmes que provam a originalidade e força do Brasil nas telonas. Se você ainda não assistiu algum deles, não perca tempo e confira já:
1. Cidade de Deus (2002):
2. Estômago (2007):
3. Central do Brasil (1998):
4. 2 Coelhos (2011):
5. Tropa de Elite (2007):
6. Bicho de Sete Cabeças (2001):
7. Isolados (2014):
8. O Palhaço (2011):
9. Carandiru (2003):
10. O Auto da Compadecida (2000):