O escritor e jornalista tcheco Ludvik Vaculik, um forte opositor e crítico do regime comunista que governou a Tchecoslováquia entre 1948 e 1989, morreu neste sábado aos 88 anos, informaram os meios de comunicação tchecos.
Vaculik ganhou fama com o romance “Sekyra” (“O machado”, em português), sobre um homem que simpatizava com o regime comunista tchecoslovaco posterior à Segunda Guerra Mundial, mas cujo afeto dele e de sua família por este regime se transforma em desilusão.
Em 1968, durante o movimento pró-democrático conhecido como “Primavera de Praga”, Vaculik escreveu o manifesto “Duas Mil Palavras”, no qual solicitava grandes reformas, e que foi assinado por milhares de pessoas.
Este movimento foi esmagado no 21 de agosto de 1968, com a invasão ao país por tropas soviéticas e do Pacto de Varsóvia, integradas pela Bulgária, Alemanha Oriental, Hungria e Polônia.
O próprio Vaculik foi membro do Partido Comunista tchecoslovaco entre 1948 e 1968, mas caiu em desgraça após pronunciar um caloroso discurso durante o Congresso de escritores tchecos de 1967.
Em 1972 fundou uma editora clandestina e em 1977 assinou a “Carta 77”, um manifesto contra o governo tchecoslovaco.
Entre várias outras obras, Vaculik escreveu “As cobaias” (1970) e “Livro tcheco dos sonhos” (1981).
O regime comunista instaurado na Tchecoslováquia, em 1948, foi derrubado pela chamada “Revolução de Veludo” em 1989. Quatro anos depois, a Tchecoslováquia se dividiu de maneira pacífica, criando a República Tcheca e a da Eslováquia.