A noite era de Maria Bethânia, que completa 50 anos de carreira. E ela, nervosa, “tropeçou” na bela letra de ‘O quereres’, composta por seu seu irmão, Caetano Veloso. “Mil perdões. Esta noite’eu’tinha que’errar”, disse a emocionada baiana à plateia, durante a entrega do 26º prêmio da Música Brasileira, realizada na quarta-feira à noite no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
Bethânia cantou ‘Carcará’ (João do Vale) – interpretação que deu início à sua carreira profissional, aos 17 anos –, ‘O quereres’, ‘Fera ferida’ (Roberto e Erasmo Carlos), ‘Explode coração’ (Gonzaguinha) e ‘Vento de lá ‘(Roque Ferreira).
Com roteiro de Zélia Duncan e direção geral de José Maurício Machline, idealizador do prêmio, a cerimônia teve entrega de troféus, apresentação de canções que marcaram a carreira de Bethânia por outros artistas e leitura de textos poéticos. Não houve um vencedor absoluto entre os 106 indicados a dezenas de categorias (confira quadro).
Ney Matogrosso levou dois troféus pelo disco ‘Atento aos sinais ao vivo; o bandolinista Hamilton de Holanda ganhou pela nona e décima vez, respectivamente, os prêmios de melhor álbum instrumental e solista instrumental. Um dos destaques da noite foi As Ganhadeiras de Itapuã, da Bahia, contemplado na categoria regional.
Vários colegas homenagearam Maria Bethânia. Caetano Veloso e Adriana Calcanhotto escolheram músicas que fizeram especialmente para ela. Destacaram-se Alcione, ao cantar ‘Negue’, e Roque Ferreira e Fabiana Cozza interpretando O vento de lá’. A cantora Mariene de Castro também brilhou. Sentada na plateia, Bethânia se emocionou ao ouvir músicas que marcaram sua carreira, como ‘Rosa dos ventos’, por Zélia Duncan. A baiana se levantou para aplaudir Alcione e cantou ‘Imbelezô eu’ junto de Roque Ferreira e Fabiana Cozza.
Alguns problemas, como falhas do microfone, atrapalharam o espetáculo. Ao abrir a noite, o ministro da Cultura, Juca Ferreira, chegou a ficar fora do refletor.