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Supergirl, que estreia no próxima semestre, terá como foco Kara Zor-El, a prima do Super-Homem
Durante muito tempo, o universo nerd e geek era composto, em sua maioria, por homens. Porém, ao longo dos anos, as mulheres começaram a garantir seu espaço dentro desse mundo, algumas influenciadas pelos namorados e companheiros, outras, simplesmente, pelo interesse em torno de histórias em quadrinhos, jogos de videogame, séries de televisão e filmes voltados para esse público.
Pesquisa recente feita pela Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação (Esamc) revelou o perfil dos leitores de quadrinhos. Apesar dos homens ainda serem maioria com 85,1%, o estudo mostra o crescimento do envolvimento das mulheres, atingindo 14,8%, valores semelhantes aos da pesquisa do site Omelete sobre o Universo nerd/geek. Levantamento do blog Papo de Quadrinho, especializado em HQs, também apontou aumento, com 31% do público leitor feminino contra 69% masculino.
“Há dois anos, realizei uma pesquisa para o mestrado — que estou em vias de concluir — sobre este consumo e, constatei que a grande maioria ‘aprendeu a ler quadrinhos por conta dos namorados e maridos’. Mas algumas desbravaram este tipo de leitura sozinhas e estas multiplicarão seu gosto sempre que puderem. Acho que com o tempo nós desbravaremos esse ‘universo masculino’ e, logo mais, teremos um público mais uniforme e as pessoas esquecerão do gênero”, comenta Carol Pimentel, editora da Mythos/Panini, responsável pela produção editorial de toda linha de super-heróis da Panini Brasil. Ela foi a primeira mulher a assumir esse cargo na editora.
Tudo isso pode ser visto a partir da maior presença de personagens mulheres nos produtos do universo. Neste ano, por exemplo, a televisão fechada terá uma super-heroína protagonizando uma série: será Kara Zor-El, interpretada pela atriz Melissa Benoist (Glee), a prima do Super-Homem, em Supergirl. A personagem já havia sido citada nos quadrinhos e será uma das primeiras super-heroínas a ganhar uma série própria na tevê, prevista para lançamento no segundo semestre.
O primeiro episódio do seriado vazou na internet e mostrou que Supergirl terá os mesmos moldes das tradicionais séries de super-heróis. Com Kara enfrentando vilões e muito mais do que apenas dilemas envolvendo romance e moda — não que isso seja deixado de lado na série, apenas não será o principal no seriado. “Cada vez que leio o material antigo de personagens femininas nas HQs fico um tanto quanto chocada. Não sou contra moda ou amor, mas acredito que somos muito mais fortes do que isso. Ainda mais uma super-heroína, não?”, defende Carol Pimentel.