Após uma suposta carta psicografada que teria autoria de Cássia Eller ter sido divulgada nas redes sociais na última semana, dirigentes do Lar de Frei Luz, um centro espírita em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, afirmaram ter psicografado mensagens de Cazuza e Chorão, artistas mortos em 1990 e 2013, respectivamente.
De acordo com reportagem do jornal Extra, as mensagens causam desconforto entre os familiares do cantor. “Meu marido dizia para rasgar as cartas e jogar fora. Nunca acreditei nelas, sempre fui muito cética, apesar de respeitar quem acredita. Nenhuma citou apelidos carinhosos, por exemplo. No dia em que realmente for o Cazuza, vou saber”, ressalta Lucinha Araújo, mãe de Cazuza.
Por outro lado, quando sentia dúvidas em relação a autoria das cartas, Lucinha admitiu ter pedido por sinais, e que já foi correspondida. “Eu me comunico com ele pedindo sinais. O sinal é ligar o rádio e ele estar cantando, já aconteceu muitas vezes. Por exemplo, alguém quer publicar uma música inédita dele e pergunto: “Cazuza, o que você acha?”, e, quando ligo o rádio, uma canção dele está tocando. Ele sempre disse pra mim que ‘acontecesse o que acontecesse, sempre estaria ao meu lado’, e eu acredito nisso” conta.
Já a apresentadora Sônia Abrão, prima de Chorão, tem uma postura mais cética em relação às cartas atribuídas ao vocalista do Charlie Brown Jr. Sônia acredita que a mensagem pode ter sido transmitida por um “espírito zombeteiro”, que se faz passar por outro.
“Conheço meu primo, sei quem ele é e tudo de bom que fez para a família. Por mais que fosse atormentado, tinha um coração de ouro. Jamais estaria naquele sofrimento. Não aceito, nunca falaria esse tipo de coisa. Não é uma coisa boa para ninguém, passa uma ideia de castigo”, avalia a apresentadora.
Confira, na íntegra, a carta atribuída a Chorão
“Voltei aos quintos dos infernos
Enlouquecido pelas drogas
Com padecimentos internos
Que nem a morte derroga
Hoje de mil tormentos padeço
Deles não me livrou a morte
Por isso aqui e agora peço
Que orem para que eu seja forte
Durmo hoje como um mineral
Sonhando me sinto vegetal
Desperto pareço um animal
Deixei de ser um Ser hominal
Regredi no tempo e no espaço
Meu ser a droga desfigurou
Só o que ela quer eu faço
Já não sei quem de fato sou
Assim é que aqui e agora
Comigo combate eu travo
Pedindo em prece a toda hora
Que eu não seja mais escravo
E liberto desse vício demoníaco
Mais pesado que qualquer cruz
Que me faz sentir um maníaco
Desprovido de paz e luz
Sem pátria, família, nem Deus
Imploro mesmo sem devoção
Que Jesus amenize os sofrimentos meus
E tenha compaixão desse”
CHORÃO