Já pensou decorar um espaço com móveis que são verdadeiras obras de arte? O poeta, músico e artista plástico Robson Miguez veio a São Luís especialmente para mostrar sua nova produção: a exposição A Infância Revisitada em que imprime seu talento em móveis, mobiliário e objetos de decoração dando um toque artístico a cada objeto. Os trabalhos começam a ser expostos nesta sexta-feira, 26, às 20h, na Galeria Trapiche Santo Ângelo (Praia Grande), e ficará à disposição do público de 29 de junho a 17 de julho.

São mais de trinta trabalhos entre telas, guarda-roupa, estante, armários, pedrarias, caixas, abordando temas infantis com animais, folclore, brinquedo, música, sentimento, todas envolvendo muita cor.

“São objetos artísticos utilitários em uma exposição inédita mostrando essa coisa lúdica, de teor primitivo. Estou tirando a arte do elitismo e colocando-a como um produto acessível a todas as classes sociais”, define o artista.

O curador da exposição é Couto Corrêa Filho, incentivador para que Robson começasse a pintar. “Ele está entrando nessa linha inaugurada por Romero Brito, dessa coisa figurativa e que na verdade hoje é uma tendência. Ele faz uma pintura de teor primitivo e pessoal que é muito dele. Nessa exposição ele propõe a cada participante adulto rebuscar a criança que por ventura ainda habite sua intimidade, realimentando-a com o que isto pode trazer de positivo à sua experiência atual, já que a comunicação com o público infantil dá-se mediante a associação com os signos presentes no imaginário da criança”, conta Couto.

Essa é a segunda exposição individual do artista, que está morando em São Paulo desde 2013, onde realizou outras três mostras. Desde 2003, quando enveredou para o campo das artes plásticas, já expôs outras sete vezes em mostras coletivas. A primeira delas, em que expôs a tela Animales, é considerada a mais importante pelo artista.

Sua primeira produção, a tela Alfabeto Egípcio foi doada para o Projeto Criança Esperança para ir a leilão e hoje faz parte do acervo do poeta e jornalista Fernando Abreu. “O J. Júnior que foi um dos meus grandes incentivadores, foi quem me deu a tela em branco para que eu pudesse pintar. Ele ao lado de Roberto Lameiras, já falecido e Couto Corrêa Filho, que foi meu descobridor, são grandes apoiadores da minha carreira”.

Autodidata Robson Miguez diz que não precisou usar referência alguma para criar o seu estilo. “Embora tenha convivido com Roberto Lameiras e J. Junior, fui criando minha própria história, trilhando os meus caminhos. As capas e ilustrações dos meus livros são de minha autoria”, diz ele, que já escreveu os livros Faz de Conta (2011) e Teatro do Absurdo (2011). Ambos agora reeditados pela editora Scortecci serão lançados em São Luís na Feira do Livro em outubro.

Sobre a exposição Couto considera que serão apresentadas formas arquetípicas da representação figurativa e de teor lúdico. “O ludismo de suas telas, bem como dos objetos que pinta, nos quais experimenta planos sucessivos, juntamente com sua posição de renegar o que foi adquirido pela experiência artística e histórica autenticam-no como dadaísta. Da arte fantástica sobreveio-lhe a fantasia e, do mesmo modo, o nonsense como componencial da Arte do Inconsciente. E, finalmente, a presença de signos referentes ao urbano e ao cotidiano, próprios da Pop Art”.

O quê? Exposição A Infância Revisitada

Quando? Abertura 26 de junho, às 19h. Visitação pública até 17.07

Onde? Galeria Trapiche Santo Ângelo (Praia Grande)

Quanto? Aberta ao público